The PEDIGREE of
Egas Gomes (Conde) de CASA de SOUZA
     Born:  poss. abt. 1028

Capitao General que venceu o Rei de Tunes em Beja

pegou sua bandeira de 4 luas

adotou o nome de "de SOUZA" PARA SI E TODA SUA DECENDENCIA QUE entre outros  sao

http://usgenealogy.net/members/gsoledade/ahnentafel/index.htm

FAMILIA BASTOS:Ascendencia de Gomes Viegas de Basto como fonte confiavel dos dados

Mem Viegas de Sousa, governador da Vila e Castelo de Santa Cruz. *a.1074; †c.1130. ... Sancho Garcia, conde soberano de Castela. *c.970; †5/2/1017. ...
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Seguir detalhadamente todas as varias geraçoes de descendentes desde Egas , precisa dos dados originais.Porem o que me parece importante e o resultado obtido por varios estudos que dizem que Tomé de Souza e Martim Affonso de Souza sao descendentes dele.

E tambem interessante descubrir de George Washington, Churchill sao descendentes dele. Entao e um privilegio poder ser descendente de Egas.pois e uma descendencia carregada de caractéristicas extremamente positivas. Quem fez mais. Organizaram à America   e salvaram a Europa.


Brasão de Armas antigo da família Sousa


DOM EGAS deixou numerosa descendência, por onde passa a corre o sobrenome Souza, por seu casamento com Dona FLAMULA (ou GONTINHA) GÓES, filha de DOM GONÇALO TRASTAMIRES DA MAIA e de DONA MÉCIA ROIZ. De D. EGAS descendem todas os Souzas de Portugal e Brasil, salvo aquelas famílias que, em algum tempo, adotaram este sobrenome por apadrinhagem ou por outro motivo.

Um 12º neto de Dom Egas, MARTIN AFONSO DE SOUSA, foi o comandante da expedição que fundou o primeiro núcleo de colonização no Brasil. MARTIM AFONSO foi o donatário da capitania de São Vicente. Seu primo, TOMÉ DE SOUZA, foi o primeiro governador-geral do Brasil. Ambos são descendentes de MARTIM AFONSO CHICHORRO e de AFONSO DINIS, filhos de el-rei D. AFONSO III, que se casaram com duas netas de MEM GARCIA DE SOUSA, neto do conde D. MENDO, o SOUSÃO, em quem veio ficar esta família. É solar desta família a vila de Arrisana de Sousa, fundada por D. FAYÃO SOARES, tronco deste sobrenome.

( Sanches de Baena, Archivo Heráldico, I, 356)

  Vasco Martins de Sousa é filho bastardo de Martim Afonso Chichorro com a abadessa de Arouca, Aldonça Eanes de Briteiros. Pertence ao ramo dos Sousa Chichorros, um dos ramos dos Sousa, cuja sobrevivência, na segunda metade do século XIII, só é possível pela linha feminina, garantida pela ligação com um dos bastardos do rei Afonso III[3]. É, no entanto, membro, ainda que ilegítimo, de uma linhagem que tem suas origens mais longínquas e com continuidade, no reino portugues[4].
   Vasco Martins de Sousa está, assim,  ligado a um dos ramos em que se subdividem os Sousa na segunda metade do século XIII, o dos Chichorros. O ramo mais débil que tem sua origem numa das duas filhas herdeiras de Mem Garcia de Sousa, Maria Mendes de Sousa, que ligar-se-á, após ter sofrido o incesto de um seu irmão, a Lourenço Soares de Valadares. Desta união nascerá Inês Lourenço, a qual consorciar-se-á com um dos bastardos que Afonso III tem de uma moura, Martim Afonso Chichorro (I), ainda que o rei D. Duarte, bem mais tarde, tenha conseguido provar que a mãe de Martim Afonso Chichorro (I) era mulher cristã, portuguesa, honrada, chamada Mayor Afonso[5]. Desta união nasce Martim Afonso Chichorro (II) que faz em Aldonça Eanes de Briteiros, abadessa do mosteiro de Arouca, o dito Vasco Martins de Sousa[6].  Logo, Vasco Martins de Sousa seria  bisneto do rei D. Afonso III.
   Lourenço Soares, o pai de Inês Lourenço,  será casado em segundas núpcias, com Sancha Nunes de Chacim, de quem terá outras filhas, duas das quais serão futuras mães de outras individualidades do reino. Senão vejamos: Berenguela Lourenço, mulher de Afonso Martins Teles e mãe de Martim Afonso Teles e João Afonso Teles. Outra filha de Lourenço Soares, Aldonça Lourenço, tem com Pedro Fernandes de Castro, dois filhos naturais: Álvaro Pires de Castro e Inês de Castro, avó, portanto dos Infantes João, Dinis e Beatriz de Castro. Observamos, assim, que as filhas de Lourenço Soares de Valadares constituem um rico manancial de descendentes legítimos e ilegítimos da alta nobreza portuguesa já na primeira metade do século XIV[7].
   A mesma situação de união com bastardos de D. Afonso III  se repetirá dentro desta mesma linhagem, dando origem a outro ramo dos Sousa, que futuramente se designará como o dos Arronches. Para além destes dois casos, já se tinha observado a união matrimonial de Leonor Afonso, também bastarda de Afonso III, que casar-se-á sucessivamente com dois representantes desta linhagem, Estevão Eanes de Sousa e Gonçalo Garcia de Sousa. Os bastardos do rei D. Afonso III, cumprem um papel, sem dúvida fundamental, na sedimentação da estrutura nobiliárquica do reinado de seu pai. Unir-se-ão com as descendentes das mais antigas linhagens como a dos Sousa, no sentido de dar legitimidade à própria Casa régia afonsina, proveniente de um secundogênito, alçado ao trono com algumas resistências[8].
   No entanto, estas alianças interlinhagística não serão suficientes para garantir a continuidade deste ramo dos Chichorros. O filho primogénito de Inês Lourenço e Martim Afonso, Martim Afonso Chichorro (II) não deixará descendência legítima. O seu único descendente natural será Vasco Martins de Sousa, que agora estamos analisando, o qual, por sua vez, extingue, por carência de descendentes, o seu ramo de linhagem. Nos fins do século XIV, os Sousa Chichorros constituem um ramo mantido ilegitimamente, membros débeis de uma linhagem em flagrante decadência biológica[9].

Sousa (ou Souza) é sobrenome português toponímico, isto é, nome próprio geográfico, oriundo de lugar. Como o apelido italiano Sassa, veio da palavra latina Saxa, com o significado de seixo, pedra, rochedo, rocha. Começou a ser usado pelos descendentes do Conde D. Mendo, o Sousão. O solar desta família é a Vila de Arrisana de Sousa.

1- Sousa é uma espécie de pombo bravo, também conhecido por seixa. O apelido Sousa origina-se do sobrenome romano "Saxa", transformado, no Século XII, em "Sausa" e, posteriormente, em Sousa. O solar desta família encontrava-se na Vila de Arrisana de Sousa, em Portugal. Santos, por seu lado, é sobrenome português de origem cristã, utilizado em homenagem a "todos os santos".

Souza (Brasão) - Variação gráfica do original Sousa, sobrenome português classificado como sendo um toponímico, deriva do latim Saxa ( Seixos ou rochas ) é também o nome de uma espécie de pombo bravo, no século XI foi registrado como Sausa.
Uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal, traçada até dom Sueiro Belfaguer, cavaleiro godo que viveu nos primeiros anos do século VIII. Dom Egas Gomes de Souza foi o primeiro a usar o sobrenome, por ser dono do Solar de Souza. Seu 12º neto foi Martin Afonso de Sousa, comandante da expedição que fundou o primeiro núcleo de colonização e donatário da capitania de São Vicente. Era primo de Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Brasil.
Procedem de Martim Afonso Chichorro e de Afonso Dinis, filhos de el-rei D. Afonso III, que casaram com duas netas de Mem Garcia de Sousa, neto do Conde D. Mendo, o Sousão, em quem veio ficar esta família. É solar desta família a vila de Arrisana de Sousa que fundou D.Fayão Soares, tronco deste sobrenome.
Souza: Brasão: De vermelho, com uma caderna de crescentes de prata.
Variação gráfica do original Sousa, sobrenome português classificado como sendo um toponímico, deriva do latim Saxa (Seixos ou rochas) é também o nome de uma espécie de pombo bravo, no século XI foi registrado como Sausa. Uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal, traçada até dom Sueiro Belfaguer, cavaleiro godo que viveu nos primeiros anos do século VIII. Dom Egas Gomes de Souza foi o primeiro a usar o sobrenome, por ser dono do Solar de Souza. Seu 12º neto foi Martin Afonso de Sousa, comandante da expedição que fundou o primeiro núcleo de colonização e donatário da capitania de São Vicente. Era primo de Tomé de Souza, o primeiro governador-geral do Brasil. Procedem de Martim Afonso Chichorro e de Afonso Dinis, filhos de el-rei D. Afonso III, que casaram com duas netas de Mem Garcia de Sousa, neto do Conde D. Mendo, o Sousão, em quem veio ficar esta família. É solar desta família a vila de Arrisana de Sousa que fundou D.Fayão Soares, tronco deste sobrenome.

Oliveira: Sobrenome português, classificado como sendo um toponímico, ou seja, de origem geográfica, Oliveira seria a árvore que produz a azeitona (oliva).O sobrenome identifica esta família devido ao fundador deste tronco familiar possuir uma vasta plantação do fruto, ou pelas caracteristicas simbólicas existentes sobre a árvore, a Oliveira, nos brasões onde aparece, é o símbolo da paz, de vitória, de fama e glória imortal. Em português arcaico encontramos o registro de sobrenomes com variações de sua grafia, foram registrados como Olveira e Ulveira. Procedem de Pedro de Oliveira, que foi o primeiro a utilizar este sobrenome, cujo filho D. Martim Pires de Oliveira, arcebispo de Braga, fez o Morgado de Oliveira, com seu irmão Mem Pires de Oliveira em 1306.
 
Sousa (sobrenome)
 
10 de Novembro de 2006 - 22:12 @ http://pt.wikipedia.org/wiki/Sousa_(sobrenome)
 
Nota: Se procura outro significado de Sousa, consulte Sousa.

Variantes: Souza (grafia arcaica) e Sosa (em castelhano).

SOUSA (antigo)

 

Origem

Família das mais antigas e ilustres de Portugal, que teve origem nos Reis Visigodos, como deduzem os genealogistas em gerações seguidas até o primeiro do apelido, que foi D. Egas Gomes de Sousa que o tomou de suas Terras de Sousa. Foi ainda Senhor de Novelas e Felgueiras, governador da comarca de Entre Douro e Minho e valente batalhador. Recebeu-se com Dona Flâmula Gomes, chamada Gontinha Gonçalves, filha de D. Gonçalo Trastamires de Maia e de D. Mécia Rodrigues e trineta de D. Ramiro II, Rei de Leão. Deste matrimônio nasceram filhos que continuaram o apelido de Sousa.

Sua sexta neta, com uma quebra de varonia, Dona Maria Pais Ribeiro, senhora da Casa de Sousa, casou com D. Afonso Dinis, filho ilegítimo de D. Afonso III, e de Dona Maria Peres de Enxara, dando princípio ao ramo dos Sousa, Senhores de Arronches.

De Dona Inês Lourenço de Valadares, também descendente de D. Egas Gomes de Sousa pela mesma forma que Dona Maria Pais, de quem era prima coirmã, proveio pelo casamento com D. Martim Afonso, chamado O Chichorro, filho ilegítimo de D. Afonso III e de Madragana (depois chamada Mor Afonso, filha do último alcaide mouro de Faro, Ben Bakr), o ramo dos Sousa conhecidos por Sousa Chichorros ou Sousas do Prado, por terem o senhorio desse lugar.

Armas: As armas primitivas dos Sousas eram de vermelho, uma caderna de crescentes de prata.

As armas dos Sousa de Arronches são: Esquartelado: o primeiro e o quarto com as armas antigas do reino de Portugal (de prata com cinco escudetes de azul postos em cruz, cada um deles carregado de cinco besantes do primeiro esmalte dispostos em sautor. Filetado de negro em contrabanda, bordadura de vermelho com oito torres de prata); o segundo e o terceiro de vermelho com uma caderna de crescentes de prata.

As armas dos Sousa do Prado são: Esquartelado: o primeiro e o quarto de prata, com cinco escudetes de azul postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes do primeiro esmalte, postos em sautor; o segundo e o terceiro de prata com um leão rampante de púrpura. Timbre: o leão do escudo.

OIS DA RIBEIRA
Óis da Ribeira é uma freguesia muito antiga, sendo de tempos muito anteriores à fundação da Nacionalidade, havendo documentos do século XI, como o de uma doação feita por D. Flâmula ao mosteiro de Pedroso, onde se diz que metade de Eixo e Óis eram de D. Tereza Fernandes, mulher do Conde D. Mem Viegas de Sousa. 
Esta freguesia teve o seu fulcro bem localizado no povoado das Codeceiras, onde os celtas eram os únicos senhores da agricultura sempre frutuosa de abundância de cereais, embora a sede estivesse fixa em S. António, onde sempre existiu a Matriz de recuados tempos e onde o Santo taumaturgo era muito venerado e festejado constituindo a sua festividade uma das maiores e mais formosas romarias de Portugal. 
Marques Gomes, um grande escritor do século XIX, escreveu:
- Santo Adrião de Ois da Ribeira é uma freguesia de 104 fogos, e 420 habitantes. Está situada na margem esquerda do Águeda, junto à estrada real de Águeda a Aveiro. Fica 10 kilómetros para o N. da estação de Oliveira do Bairro, e 7 kilómetros para O. da cabeça do concelho.
Nesta freguesia há 294,15 ares entregues à cultura do arroz. Tem uma escola de intrução primária para o sexo masculino.
Foi vila e concelho da casa de Bragança, e pertencia ao almoxarifado de Eixo. O concelho de Óis compreendia esta freguesia, a de Fermentelos e parte da de Espinhel, prefazendo ao todo 500 fogos. D. Manuel deu-lhe foral em 2 de Junho de 1516.
Consta que fora prior desta freguesia André de Sousa, filho de Álvaro de Sousa, vedor da rainha D. Catarina e donatário régio das terras de Eixo, Requeixo, Paus e Óis da Ribeira, com o título de senhor de Requeixo. Em 1079 parte desta vila de Óis da Ribeira era propriedade o conde D. Mem Viegas de Sousa, por lha haver trazido em dote sua mulher D. Teresa Fernandes; esta parte da vila foi doada em 13 de Setembro de 1289, por D. Leonor Afonso, filha ilegítima de D. Afonso III e viúva do conde D. Gonçalo Garcia de Sousa, à ordem de Malta, que depois a trocou com o conde de Barcelos e sua mulher D. Branca de Sousa, por diversas propriedades que estes possuíam na vila de Monsanto. D. Dinis confirmou esta troca em 24 de Junho de 1324. Diz pinto Leal que esta troca foi para unir mais rendimentos visto a família Sousa já possuir propriedades por estes sítios em 1323, de que fazia parte o canto de Eixo. O conde, por morte, legou-a ao mosteiro de Sto. Tirso.
A outra parte da vila e igreja de Óis parece que era da coroa e à coroa voltou também a que pertencia ao conde de Barcelos, por causas que ignoramos. D. Fernando I fez mercê das duas partes da vila a D. João Afonso Teles de Meneses por carta passada em Coimbra a 22 de Outubro de 1369.  
Consta-se também que em Julho de 1494, D. João II doou a Diogo de Sousa, vigésimo Senhor da Casa de Sousa, várias vilas, entre as quais se encontrava Óis, doação essa confirmada, em 1500, por D. Manuel. 

Bibliografia consultada:
Marques Gomes – “Districto de Aveiro”, 1877 
Victor de Oliveira – “Pateira de Fermentelos: polémicas ribeirinhas”, 1979

 

Origem dos Souza ditos do Prado

Texto transcrito do livro «Machado de Vila Pouca de Aguiar», Porto 2000

Escudo de armas usado pelos Souza ditos do Prado, esquartelado de Portugal e Leão - Infografia de Manuel Abranches de Soveral

A origem dos chamados Souza do Prado esteve envolta em erros e incertezas até que modernamente o Prof. Doutor Luiz de Mello Vaz de São-Payo, com a clarividência e coragem a que nos habituou, deitou mãos à resolução de mais este problema. Com este seu contributo, agora pontualmente complementado pelo Prof. Doutor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, pode dizer-se que a origem destes Souza do Prado se encontra definitivamente fixada, se bem que pouco divulgada.

Com efeito, a inexistência de um moderno nobiliário das famílias portuguesas, devidamente actualizado com os inúmeros e dispersos contributos da moderna genealogia em particular e da investigação histórica em geral, deixam o país sem uma obra generalista de referência que venha definitivamente substituir o inefável Felgueiras Gaio e impedir a constante propagação de erros sucessivamente repetidos.

Quanto aos Souza ditos do Prado, é impressionante verificar a confusão que se estabeleceu em torno de uma família que usou um escudo de armas esquartelado de Portugal e Castela-Leão, o que só por si devia desfazer o grosso dos equívocos. Na verdade, como é possível não se perceber que uma família com esta heráldica desde o séc. XIV tinha necessariamente de resultar de um casamento entre um descendentes varonil dos reis de Portugal com um descendente varonil dos reis de Castela-Leão? 

O que justamente só se verificou com o casamento, a 6.12.1341, de Vasco Martins de Souza, bisneto por varonia de Dom Afonso III de Portugal, com Inez Dias Manoel, bisneta por varonia de Dom Fernando III de Castela-Leão. Só um filho, ou quando muito um neto paterno, deste casal poderia ordenar o escudo de armas dos Souza ditos do Prado. E como desde sempre se soube que este casal teve um filho, Martim Afonso de Souza, hoje plenamente documentado, como foi possível que durante tanto tempo se atribuísse a origem dos Souza ditos do Prado não àquele casal mas a um irmão dele, também chamado Martim Afonso de Souza, casado com uma Briteiros?

De resto, a própria designação que os genealogistas consagraram – Souza do Prado -, não é rigorosa, uma vez que apanha só os descendentes de um trineto daquele casal, ou seja, D.Pedro de Souza, 1º conde do Prado (1.1.1526), que não era o representante nem da família nem sequer da linha varonil primogénita. Se alguma designação é necessária para distinguir estes Souza (que têm a representação da antiga família medieval deste nome) de seus primos ditos de Arronches, melhor seria chamar-lhes Souza de Mortágua, o senhorio que acompanhou as primeiras gerações varonis e passou depois aos seus sucessores na representação, os condes de Odemira.

Por outro lado, há ainda a questão de saber quando efectivamente começou esta família. Porque é claro que todas as famílias descendem necessariamente de outras, sendo que o início de cada uma se tem de fazer no momento em que se autonomizam com um nome e uma identidade simbólica própria. Ora, neste caso, esse momento coincide exactamente com o referido casamento entre Vasco Martins de Souza e Inez Dias Manoel. Não só porque para eles remete a heráldica da família, mas também porque Vasco Martins foi o primeiro dos seus ascendentes imediatos a usar o nome Souza. Antes dele, é preciso recuar a sua bisavó Maria Mendes de Souza, irmã mais velha do último chefe da Casa medieval de Souza, Gonçalo Mendes de Souza.

Com efeito, seu pai e avô paterno usaram o nome-alcunha Chichorro, e só Vasco Martins e seu problemático irmão usaram pela primeira vez, nesta varonia, o nome Souza, porventura conscientes de que detinham a representação desta grande Casa, se bem que não a maioria dos seus bens, que ficaram para o outro ramo, os Souza ditos de Arronches que, ao invés daqueles, mantiveram Souza na sua heráldica.

Vejamos, então, as gerações que deram origem aos Souza ditos do Prado. 

Começando por Martim Afonso Chichorro, filho do rei de Portugal Dom Afonso III e de uma sua amante moura, cujo nome não ficou documentado mas é hoje geralmente aceite que fosse Madragana, filha do conquistado (1249) alcaide de Faro Aloandro ben Bekar, que é apontado como descendente varonil dos Exilarch da Babilónia (os reis dos judeus exilados da Babilónia) e da Casa de David. Madragana, nascida cerca de 1230, foi baptizada com o nome de Mor Afonso, embora, ao que parece, já fosse cristã, tal como seu pai. D. Afonso III casou-a, depois de ter dela dois filhos, com Fernão Rei. O Prof. Pizarro sugere que Martim Afonso, nascida cerca de 1252, devia ser irmão inteiro de Urraca Afonso, nascida cerca de 1250, casada primeiro com Pedro Anes de Riba de Vizela e depois com João Mendes de Briteiros. Este Martim Afonso Chichorro, que teve por amo João de Lobeira, é beneficiado com 1000 libras no testamento de seu pai (1271), de quem recebe ainda outros bens, nomeadamente um senhorio em Santarém. A 12.5.1272 seu pai Dom Afonso III deu-lhe de juro e herdade, para si e seus descendentes legítimos, os bens em Santarém que tinham sido de seu meio-irmão Rodrigo Afonso («concedo jure hereditario in perpetuum Maartino Alfonso filio meo filiis ac filiabus suis ab eo legitime descendentibus, omnes hereditates et possessiones quas ego habeo in Sanctarena et in suis terminus cum omnibus juribus et pertinenciis suis, quas ego habeo de Roderico Alfonsi meo filio qui mortuus est» - Chancelaria de D. Afonso III, 1, 114v).

Martim Afonso foi depois rico-homem da corte de seu meio-irmão o rei Dom Dinis, confirmando vários diplomas régios. Terá sido governador (tenens) de Chaves (?), onde herdou de seu pai a torre de Stº Estêvão. Também é certo que casou com Inez Lourenço de Valadares, por quem veio o nome Souza à sua descendência. 

Com efeito, esta Inez Lourenço era filha sucessora de Lourenço Soares de Valadares e de sua mulher a já referida Maria Mendes de Souza, irmã mais velha de Constança Anes de Souza, as duas únicas irmãs com geração do citado último chefe varão desta grande Casa, todos filhos de D. Mem Garcia de Souza. Aquela Constança Anes, que apesar de secundogénita herdou grande parte dos bens, casou com o poderoso D. Pedro Anes de Portel e deu origem ao outro ramo dos Souza, ditos de Arronches, descendentes de sua filha herdeira Maria Pires casada com outro filho natural de Dom Afonso III. Eram ambas, portanto, sobrinhas paternas do conde D. Gonçalo Garcia de Souza, seguramente o mais opulento e poderoso nobre português do seu tempo, que casou a 5.12.1273 com Leonor Afonso, também filha natural de Dom Afonso III, e que já tinha falecido a 5.12.1286, sem geração, quando o rei Dom Dinis mandou fazer inquirição dos seus bens, documento que atesta bem a magnitude da sua Casa. Inez Lourenço de Valadares era portanto, como hoje os genealogistas diriam, a representante dos Souza, possivelmente a mais importante Casa medieval portuguesa. 

Seu filho sucessor chamou-se como o pai, Martim Afonso Chichorro, herdou parte da Casa de Souza e foi rico-homem de Dom Dinis, que o trata por sobrinho, e, obviamente, natural e padroeiro do mosteiro de Pombeiro, essa matriz da Casa de Souza. Este segundo Martim Afonso Chichorro, o único filho varão que se conhece, não casou mas teve da abadessa de Arouca Aldonça Anes de Briteiros (filha de João Rodrigues de Briteiros e de sua mulher Guiomar Gil de Soverosa) pelo menos um filho, o já referido Vasco Martins de Souza. 

Íntimo de Dom Pedro I, da sua idade e seu chanceler-mor (já o era em 1357), Vasco Martins de Souza, Rico-Homem, Vassalo e Filho dalgo, recebeu em 1357 deste rei e primo, como é tratado, por carta de 10.10.1357, os muitos bens que tinham sido de Pedro Coelho, matador de D. Inez de Castro, bens que o rei Dom Fernando lhe confirmou a 29.6.1367. Para além da sucessão noutros bens de seu pai, nomeadamente da Casa de Souza, Vasco Martins recebeu ainda do rei Dom Fernando as terras de Serva e Atei (31.7.1368), e as terras de Aguiar de Pena, Penaguião, Gestaçô e Fontes, bem como a portagem de Amarante (24.1.1369). Bens depois acrescidos com os senhorios de juro e herdade de Penaguião, Gestaçô e Fontes (13.2.1372) e a terra de Jurdim no Almoxarifado de Guimarães (8.1.1375). Vasco Martins fez depois qualquer «malfeitoria» ao rei ou à nova rainha Dona Leonor Telles, motivo invocado por Dom Fernando para lhe tirar todas as terras que lhe havia dado, com excepção dos bens que já lhe vinham de Dom Pedro. Mas a «zanga» real demorou pouco, pois a 1.4.1377 Dom Fernando já lhe doa as rendas da vila de Mortágua, mais tarde (3.4.1385) confirmadas por Dom João I, que lhe acrescenta o senhorio de juro e herdade da dita vila, bem assim como os de Penaguião, Gestaçô e Fontes que havia perdido, e o fez membro do seu Conselho (r. de 10.4.1385). 

Faleceu dois anos depois (1387) e tinha casado em Coimbra, a 6.12.1341, sendo testemunha o próprio rei Dom Afonso IV e fiador o infante Dom Pedro, com Inez Dias Manoel, nascida cerca de 1328 e falecida cerca de 1366, que era prima-direita da rainha Dona Constança Manoel. Esta D. Inez era meia-irmã do conde de Carrion D. João Sanches Manoel e irmã inteira de Diogo Manoel e do bispo de Calahorra D. Fernando Sanches Manoel. Com efeito, era filha de Sancho Manoel, senhor de Carrion e adiantado-mor de Múrcia, já falecido em 1346, e de sua 2ª mulher Inez Garcia de Toledo, filha de Diogo Garcia de Toledo, almirante de Castela, e de sua mulher Maria Garcia, senhora de Magán e Mejorada. Sancho Manoel, por sua vez, era filho natural do infante Dom Manuel, senhor de Vilhena e Escalona, e de sua amante Nuna; e neto paterno dos reis de Castela. E este casamento de Vasco Martins de Souza com Inez Dias está na origem, como já se disse, da heráldica dos Souza ditos do Prado, que portanto aqui se iniciam.

Chancelaria de Dom Afonso IV.

«Era de mil e trezentos e Lxxªix anos dez dias de Dezembro en Coinbra perdante Pedro giraldiz sobreJuiz dEl Rey seendo em Audiençia pareceu Diego manuel. Irmãao de Enes diaz filha de Sancho manuel E en nome da dicta Enes diaz mostrou hua carta de nosso senhor El Rey scripta en pargamynho de Coiro e seelada do sseu uerdadeiro seelo pendente com çera uermelha e en cordom de linhas uermelhas e assynaada do sinal do dicto sobreJuiz A qual mostrada pediu ao dicto sobreJuiz que per ssa outoridade mandassew Registrar a dicta carta no liuro do Registro da Chançelaria do dicto Senhor. E o dicto sobreJuiz aa petiçom do dicto Diego manuel. mandou A Affonsso annes scriuam del Rey na ssa Chacelaria que ffezesse Registrar a dicta carta no dicto liuro do Registro da qual carta o teor tal he.

DOn Affonsso pela graça de deus Rey de Portugal e do Algarve A quantos esta carta virem faço saber que estando en mha presença os onrrados filhos d algo vaasco martinz filho de Martim Affonsso. Chichorro de hua parte, e Ees diaz filha de Sancho Manuel da outra seendo auudo trautado de Casamento antre o dicto vaasco martinz e a dicta Enes dias. o dicto vaasco martins nom enduzendo pera isto que sse segue per engano nem per medo nem per Arte maliçiosa mays da ssa liure uoontade e de çerta sçiençia per firme stipulaçom prometeu dar Aa dicta Enes diaz por arras e por conpra de seu corpo e por aquela melhor Razom maneira e modo que de dereito mays ualer. quatro mil libras. de dinheiros Portugueses per as condições e modos que sse adante seguem.

Conuem A ssaber que Juntando sse. e acabando sse o dicto Casamento ante as dictas partes. se depoys conteçer que o dicto casamento seia partido per morte da dicta Enes diaz que o dicto vaasco martinz de enteiramente e entregue do dia que morrer a dicta Enes diaz ata dous meses aos herdeiros ou testamenteiros da dicta Enes diaz as dictas quarto mil libras pera fazerem delas aquelo que a dicta Enes diaz mandar e ordinhar na sa vida. e en sseu testamento.

E sse conteçer que o dicto vaasco martinz moyra primeiro que a dicta Enes diaz prometeu o dicto vaasco martinz mrorrer ara dous meses todas as dictas quatro mil libras pagadas assy que possa fazer toda sa liure voontade e o que por bem teuer E isto se deue entender e seer conprido aiam ou nom Aiam as dictas partes filho ou filha comum d anbos as dictas partes ao tempo da morte do que primeiro morrer.

E pera todalas dictas cousas seerem conpridas e aguardadas obrigou o dicto vaasco martinz speçialmente hua quintãa que disse que auya en termho da ffeira. no logo que dizem peieiros com todos seus dereitos e pertenças. E geeralmente obrigou todolos outros seus beens mouuijs e de Rayz guanhados e por guaanhar e quis e outorgou que os nom possa dar. nem uender nem obrigar nem per outra guisa enalhear senom pera a dita diuida pagar. E quis e outorgou o dicto vaasco martinz que sse ele ou os seus herdeiros nom seia el nem os seus herdeiros mays chamados Mays pareçendo esta mha carta perdante mjm que eu logo per meu porteiro mande uerder tantos beens do dicto vaasco martins. per que a dicta Enes diaz ou os seus herdeiros aiam as dictas quatro mil libras. com as custas e despesas que sobr esto forem fectas e per que o meu porteiro aia a ssa pertaria.

Outrossy quis e outorgou. o dicto vaasco martinz. que sse a dicta Enes diaz. / primeiro morrer que os herdeiros e testamenteiros da dicta Enes diaz possam per ssa propria outoridade e sen outra Justiça filhar entrar e guardar a posse da dicta quintãa e de todolos outros bens e os fruitos deles ata que as dictas quatro mil libras seiam pagadas. E sse o dicto vaasco martinz primeiro morrer que a dicta. enes diaz. que ela per ssy. ou per outrem possa filhar e teer os dictos beens e a posse deles e uende los pela guysa suso dicta.

E o dicto vaasco martins em nome de fidalgo. prometeu conprir e guardar todalas cousas e cada hua delas e nom uijr nem fazer nem procurar o contrairo per sy nem per outrem en pobroico nem en asconduto nem. nem enduzer a dicta Enes diaz que lhy faça quitaçom nem mudaçom da dicta obrigaçom. E sse o contrairo fezer en parte ou en todo prometeu so obrigamento de sseus bens por sy e por todos seus susçessores dar e pagar aa dicta Enes diaz e aos seus susçessores outras quatro mil libras em nome de pena e as custas e as custas e dannos que por isto fezer e Reçeber e todauya seerem firmes e stauijs todalas dictas cousas e cada hua delas. E rrenuçou geeralmente e speçialmente todos dereitos Ecclesiasticos e Çeuijs e costumes e husos e statutos geraaes e speciaaes que contra as dictas cousas podem seer que assy seiam todos Renunçiados como se expressamente fossem dictos e Recontados en e esta carta os quaes quis que nom aiam logo nem façam enbargo nem preJuizo aas cousas suso dictas en parte nem en todo.

Outrossy as dictas partes outorgaram e fezerom preito firme antre ssy que todos os beens mouijs e Rayz que as dictas partes guaanharem e cada hua delas per ssy guaanhar e a ela veerem per qual guisa e maneira quer que sseia des este dia en deante que todos eesas beens seiam comuens das dictas partes. E os herdeiros do que primeiro morrer partam os dictos beens de permeyo com aquela parte que uiver. E todauya a dicta Enes diaz. ou os seus herdeiros Aueram as dictas quatro mil libras. enteiramente per a parte do dicto vaasco martinz ou dos seus herdeiros.

E o Jffante Dom Pedro meu filho e Affonsso martinz Alcaide de Sanctaren e Gonçalo lobato entrarom e obrigarom sse todos en ssenbra e cada huu per sy e en todo por fiadores e por prinçipaaes deuedores por as dictas quatro mil libras. prinçipaaes. E prometeraom por firme stipulaçom aa dicta Enes diaz. ou os seus susçessores nom poderem auer en sseu tempo e en sseu logo as dictas. quatro mil libras. per os bens do dicto vaasco martinz que eles e cada huu deles os daram e pagaram aa dicta Enes diaz e aos seus susçessores. E pera isto conprir e pagar obrigarom todos seus bens mouuijs e de Rayz quaanhados e por guaanhar. E o dicto vaasco martinz prometeu e obrigou sy e todos seis beens. liurae e quitar os dictos fiadores e cada huu deles e todos seus beens da dicta fiadoria e obrigaçom sen seu dano e custas que per a dicta razom fezeren e Receberem.

Outrossy o dicto Jffante prometeu e obrigou sse que el fara liures e quites os dictos Affonso martinz. e Gonçalo lobato da dicta fiadoria e deuedoria sem seu dano e sen sa perda.

En testemuynho desto dey aa dicta Enes diaz esta mha carta.

Dante en Coinbra nas casas de par do Mosteiro de sancta Clara da dicta Çidade. sex dias de Dezembro pela manhaa El Rey o mandou per Pero giraldiz ssobreJuiz Martin annes d Euora a fez Era de mil e trzentos e sateenta e noue Anos.

Petrus geraldi vidit.» 

Teria tido Vasco Martins um irmão Martim Afonso de Souza? E seria este também filho da abadessa de Arouca Aldonça Anes de Briteiros? José Augusto Pizarro identificou-o como tal e confirma o seu casamento com sua prima Margarida Gonçalves de Souza (Briteiros). O certo é que este Martim Afonso de Souza não é o homónimo, seu sobrinho, dito da Batalha Real. Este esteve nas Cortes de Coimbra e em Aljubarrota. E sabemos, por Fernão Lopes, que nas vésperas desta batalha prometeu a Deus que, se não morresse, faria uma quarentena com sua amante, a abadessa de Rio Tinto Aldonça Rodrigues de Sá, irmã do grande João Rodrigues de Sá, o das Galés, que gostou pouco da graça e também ele prometeu desancar o dito Martim Afonso de Souza. Não se sabe se cumpriu a promessa, mas parece certo que o Souza cumpriu a dele, a avaliar pelo nascimento de outro Martim Afonso de Souza, legitimado por carta real de 22.1.1405 como filho daqueles dois piedosos amantes. Apesar da confusão que se estabeleceu nos nobiliários, está hoje claramente demonstrado e documentado que este Martim Afonso de Sousa da Batalha Real era filho de Vasco Martins de Souza e de sua mulher Inez Manoel, conforme se vê na lista das comedorias do mosteiro de Grijó (1365).

Este Martim Afonso de Souza da Batalha Real, provavelmente o primeiro que esquartelou as armas paternas com as maternas, num escudo dito depois dos Souza do Prado, terá sucedido a seu pai no senhorio de Mortágua e nos muitos bens da sua casa. O facto de não existir na Chancelaria nenhuma carta de confirmação deste ou qualquer outro senhorio para Martim Afonso de Souza nem para seu filho primogénito Gonçalo Anes de Souza, não quer dizer que não tivessem tido pelo menos Mortágua, que segue na sua descendência. A significar alguma coisa, esta lacuna apenas revelaria a pouca importância relativa dos bens da Coroa no conjunto dos seus bens patrimoniais e o muito poder desta família, assim pouco preocupada em garantir burocraticamente os seus direitos. O facto é que o senhorio de Mortágua foi parar a D. Sancho de Noronha, 1º conde de Odemira (1446), e sua mulher (casados em 1433) D. Mécia de Souza, filha única do dito Gonçalo Anes de Souza, filho primogénito de Martim Afonso de Souza. Muito embora a doação seja apresentada como nova, o excessivo cuidado do texto real sobre possíveis contestações parece indicar o receio de que a linha varonia dos Souza (Martim Afonso de Souza ou seu filho, ou até D. Frei Gonçalo de Souza) pudesse ter pretensões. Eis o texto da carta:

Chancelaria de Dom Duarte.

DOAÇAM DE MORTAAGOA A DOM SANCHO DE NORONHA E A DONA MJCIA (26.1.1434). «Dom Eduarte pella graça de deus Rey de Portugal e do Algarve E senhor de cepta emsembra com a Raynha dona lionor mjnha molher e com o Jffante dom Afonso meu filho primogenjto sob nosso poder A quantos esta carta virem fazemos saber que consiramdo nos o gram diujdo que comnosco há don Sancho de loronha nosso sobrinho e os serujços que nos e os nossos regnos del recebemos e entendemos de receber mais ao diante E querendo lhos conhecer com mercees assy como o boom Rey cabe de fazer a aquelles que seu diujdo som e o lealmente e com uerdadeyra uontade servem. E querendo lhe fazer graça e mercee de nosso próprio moujmento e poder absoluto Teemos por bem e lhe fazemos livre e pura e irreuogauel doaçam deste dia pêra todo sempre a el e a dona mjcia sua molher da nossa terra de mortagoa que he em a comarca da beira com toda sua Jurdiçom crime e cível mero e mjsto Jnperio assy e tam compridamente como a nos auemos e de djreitp deuemos d auer Reseruado pêra nos a correiçom e alçadas com todallas rendas e djreitos que nos em a dicta terra auemos e deuemos d auer, a qual doaçam lhe fazemos de Jur e herdade pêra elles e pêra seus filhos baroões lidimos que delles descenderem per linha lidima djreita e descendentes. E ssy ao diante per linha djreita lidima descendentes guardando em toda a hordenaçom que el rrey meu senhor e padre cuja alma deus aia em sy tijnha fecta sobre as terras do regno. E queremos e mandamos que falecendo cada huu dos sobreditos da ujda deste mundo que o outro que ficar aia a dicta terra emtoda sua vida com toda sua Jurdiçom rendas e djreitos assy e pella guisa que della a ambos fazemos / doaçam nom embargando que ao tempo da morte do primeiro delles fique filho dantre elles barom porqu nossa tençom he que os dictos dom Sancho e sua molhe raiam a dicta terra em todas suas ujdas d anbos E depois da morte d ambos entom venha ao filho barom lidimo como dicto he. E acontecendo que ao tempo que o primeiro do sobreditos falecer da vjda deste mundo e hi nom ficase filho barom dantre elles E o outro que ficar casse com outra parte e ouuver filho lidimo queremos e outorgamos que a dicta terra possa vijr ao dicto filho lidimo. E assy dhi en diante per linha djreita descendente pella guisa e maneiraquesuso dicto he nos filhos lidimos descendentes dantre elles anbos dom Sancho e sua molher. A qual doaçam assy per nos fecta queremos que ualha e tenha e Seia firme e stevel e perpetuacomo dicto he, nomembargando quaãesquer leis hordenações custumes foros façanhas e outros quaãesquer djreitos assy canonjcos como ciuees e openjoões de doutores que esta doaçam em parte ou em todo per qualquer guisa possam embargar casar e anullar porque nos de nosso próprio moto e poder absoluto os auemos aquj todos por expresos e expresamente especificados assy como se todosaquj realmente fossem encorporados, elles nom embargantes queremos e mandamos que esta doaçam tenha e ualha firmemente assy como em ella he contheudo. E pormetemos por nossa fe real por nos e por todos nossos sucesores que pollos tempos forem de a manter e comprir e guardar bem e uerdadeiramente assy e tam perfeitamente como em ella he contheudo porque assy he nossa mercee de sse fazer pollas razoões suso dictas. E suprimos de nosso poder absoluto qualquer solenjdade defecto ou de//falimento que de fecto ou de djreito em esta doaçam faleça porque sem embargo de todo queremos e mandamos que esta doação ualha e tenha em todo assy como em ella he contheudo. E em testimunho desto lhe mandamos dar esta nossa carta asignada per nos e aseellada do nosso seello do chumbo. Dante em santaren xxvj dias de Janeiro pero gonçalluez a fez era de mjl iiijc xxx e quatro annos».

Martim Afonso de Souza da Batalha Real casou, depois de 1366, com sua prima Maria de Souza ou de Briteiros, como se vê na legitimação real de 6.11.1400 de seu filho Gonçalo Anes de Souza, já então adulto e casado. Pelo que este documento de legitimação nos revela, Gonçalo Anes nasceu antes do casamento dos pais, que por serem primos não conseguiram antes (ou desta forma forçaram) a necessária dispensa papal.

E quem era esta prima Maria de Souza? Pelo nome e patronímico do filho (Gonçalo Anes), tinha de ser neta do único outro Gonçalo Anes que o justificava: o grande Gonçalo Anes de Briteiros, «Baroni de Briteiros» (1316), casado com Maria Afonso Chichorro, irmã do avô paterno de Martim Afonso de Souza, assim primo-segundo de sua mulher Maria de Souza, pois tinham bisavós em comum. No entanto, desconhecia-se a existência documentada de uma neta de Gonçalo Anes de Briteiros chamada Maria de Souza. Foi José Augusto Pizarro que agora a documentou, como filha de Martim Lourenço da Cunha e de sua segunda mulher Maria Gonçalves de Briteiros, filha de Gonçalo Anes de Briteiros. Com efeito, documenta-se a existência, em 1366, de uma Maria de Souza, tudo indica que então ainda solteira ou à espera da licença papal para casar, filha de Martim Lourenço da Cunha, que com sua tia Margarida Gonçalves de Souza (filha de Gonçalo Anes de Briteiros), e a filha desta, Beatriz, nomearam procurador para dar quite ao mosteiro de Vairão pelas naturas e comedorias que tinham recebido. 

Mas, como vimos, Martim Afonso de Souza da Batalha Real teve outro filho natural de sua amante a abadessa de Rio Tinto Aldonça Rodrigues de Sá, com quem prometeu passar uma quarentena se escapasse vivo de Aljubarrota. Este filho chamou-se também Martim Afonso de Souza e foi legitimado por carta real de 22.1.1405. Este segundo Martim Afonso de Souza, que esteve na tomada de Ceuta (1415) como capitão de um galeão do Porto, era cavaleiro da Casa do conde de Barcelos (futuro 1º duque de Bragança) quando foi nomeado vedor das Obras de Trás-os-Montes (carta real de 12.1.1440), e da Casa Real e do Conselho de Dom Afonso V quando este rei lhe deu, a 23.4.1450, padrão de 20.000 réis de juro. Herdou a torre de Stº Estêvão, onde também viveu. Em 17.2.1448 morava em Santa Maria com sua mulher Violante Lopes de Távora, filha dos senhores de Mogadouro, quando o filho de ambos Pedro de Souza tirou ordens menores em Braga. Já tinha falecido a 1.5.1455 quando sua viúva, a dita Violante de Távora, recebeu uma mercê régia. 

Deste Martim Afonso e de sua mulher Violante de Távora foi filho sucessor Fernão de Souza, nascido cerca de 1420, que em 1451 era criado e fidalgo da Casa do duque de Bragança e em 1473 da Casa Real e do Conselho de Dom Afonso V. Tomou parte na infeliz expedição de Tanger (1437) e foi alcaide-mor de Montalegre, em Trás-os-Montes, onde sucedeu na torre de Stº Estêvão, no termo de Chaves. A 16.8.1473 comprou por 3.000 reais de prata a Fernão Gonçalves de Miranda a terra e senhorio de Gouveia de Riba-Tâmega, com todas as suas rendas, direitos, pertenças e jurisdições do cível e crime, o que Dom Afonso V lhe confirmou por carta de 18.8.1473. Casou com Mécia de Castro, para cujo matrimónio teve do rei, a 12.3.1451, uma tença de 45.000 reais. Com geração nos condes de Redondo. 

Fora do casamento teve dois filhos, Martim e João de Souza, ambos troncos dos Souza Machado de Vila Pouca de Aguar. O mais velho, Martim de Souza, que nasceu cerca de 1450, tirou ordens menores em Montalegre a 5.8.1465 e em 1474 era escudeiro fidalgo da Casa Real. Deste foi filho Fernão Martins de Souza, alcaide do castelo de Aguiar (17.7.1534), que casou em Vila Pouca de Aguiar com Maria Teixeira, aí senhora da Casa de Eiriz, dos quais foi filho sucessor António Martins de Souza, 1º capitão-mor de Vila Pouca de Aguiar (1577), que esteve em Alcácer-Quibir e casou em Vila Pouca com sua prima Branca Machado, conforme vai no nº V.

O segundo, João de Souza, era escudeiro fidalgo da Casa Real em 1474 e herdou a torre de Stº Estêvão, onde viveu. Dele foi filha Isabel de Souza, que casou com Gonçalo Guedes, filho dos 4ºs senhores de Murça e de Torre de D. Chama, que instituiu com sua mulher o morgadio e capela de Nª Sª da Conceição em Carrazedo de Montenegro, onde viveram. Deste casal foi filho secundogénito João de Souza Guedes, alcaide do Castelo de Aguiar e 1º senhor da Casa do Capitão-Mor, em Vila Pouca de Aguiar, onde casou com Branca Machado, conforme vai no nº IV e já referimos na «caixa» sobre os Guedes de Murça

Destes foi filha aquela Branca Machado referida acima, casada com seu primo o capitão-mor António Martins de Souza, com geração nos Souza Machado de Vila Pouca de Aguiar.

Adenda genealógica

1. Martim Afonso, o «Chichorro»,Aspecto actual da torre de Stº Estêvão, no termo de Chaves (foto do autor) que há dúvidas que seja o Martim Afonso governador (tenens) de Chaves (1273), como diz D. António Caetano de Souza, mas que teve de seu pai o couto e torre de Stº Estêvão, propriedade da família real no termo desta vila. Foi rico-homem da corte de seu meio-irmão o rei Dom Dinis, onde confirma vários diplomas entre 1288 e 1300. Teve bens no termo de Torres Vedras, que vendeu a seu pai por 1.500 libras de ouro. Nasceu cerca de 1260 e ainda vivia em 1313, ano em que doou a seu sobrinho João Afonso tudo o que tinha na Louzã. Casou com Inez Lourenço de Valadares, por quem veio o nome Souza à sua descendência, uma das duas sobrinhas herdeiras de D. Mem Garcia de Souza, o último chefe varão da grande Casa de Souza. Martim Afonso «Chichorro» era filho do rei de Portugal Dom Afonso III (que lhe chama filho e o beneficia com 1000 libras no testamento) e de sua amante moura Madragana, filha do conquistado (1250) alcaide de Faro Aloandro ben Bekar, que depois foi baptizada com o nome de Mor Afonso.

Filhos:

1.1 Constança Afonso Chichorro, freira, já falecida em 1341, ano em que sua irmã Margarida Afonso aparece como sua testamenteira numa inquirição dos seus bens para a instituição de uma capela (Mosteiro de Santa Clara de Santarém, 11.11.1341).

1.2 Margarida Afonso de Souza, freira em Santa Clara de Santarém, referida no nº anterior.

1.3 D. Maria Afonso Chichorro, que nasceu cerca de 1294 e faleceu depois de 6.2.1341, data da sentenças às inquirições à jurisdição das honras e coutos do casal. Casou cerca de 1315 com Gonçalo Anes de Briteiros, «baroni de Briteiros», fronteiro-mor de Entre-Douro-e-Minho, rico-homem e vassalo. Em 1323 D. Maria obteve, em conjunto com seu irmão Martim Afonso, por arbítrio do infante Dom Afonso, vários bens da Casa de Souza, de que eram co-herdeiros. Aparecem, entre os ricos-homens e ricas-donas, como naturais de Mancelos na lista de 1339, com seus filhos Álvaro, Diogo, D. Maior (Maria) e D. Margarida.

Filhos:

1.3.1 Álvaro Gonçalves de Souza, que aparece como natural de Vilar de Porcos (1329), Vairão (1336) e Mancelos (1339). Mas já não aparece na lista de Grijó, em 1365, pelo que teria já falecido, s.g. legítima.

1.3.2 Diogo Gonçalves de Souza, referido com seu pai como natural Vilar de Porcos, Vairão e Mancelos (1329-39) Também já não aparece na lista de Grijó, em 1365, pelo que teria já falecido, s.g. legítima.

1.3.3 D. Maria/Mor Gonçalves de Souza (ou de Briteiros), referida com seus irmãos mais velhos como natural de Vilar de Porcos (1329), Vairão (1336) e Mancelos (1339). Em 1365 aparece na lista de Grijó como mulher de Rui Vasques Ribeiro, mas, como também salienta J. A. Pizarro, deve ser confusão com sua irmã Margarida, como dizemos adiante. Por outro lado, a 5.12.1354 esta D. Maria e seu marido Martim Lourenço da Cunha receberam um prazo do Cabido de Coimbra. Além de que, num documento de 1366, D. Margarida, sua filha Beatriz e sua sobrinha Maria de Souza, filha de Martim Lourenço da Cunha, nomearam procurador para dar quite ao mosteiro de Vairão pelas naturas e comedorias que tinham recebido. D. Maria casou portanto, antes de 1348, com Martim Lourenço da Cunha, de quem foi 2ª mulher. Por este casamento recebeu Martim Lourenço da Cunha, cavaleiro, alcaide-mor de Sortelha (1336) o senhorio de Pombeiro da Beira em 1355, que já tinha falecido em 1365. Na lista de Grijó de 1266 aparecem como naturais, entre os ricos-homens, os «três filhos q ficarão de Martim Lourenço da Couinha», que portanto já tinha falecido. Um destes filhos foi João Lourenço da Cunha, senhor de Pombeiro da Beira, marido D. Leonor Telles de Menezes, depois "roubada" por Dom Fernando e rainha de Portugal. Bem assim como D. Maria de Souza, ou de Briteiros, casada com seu primo Martim Afonso de Souza, adiante.

1.3.4 D. Isabel Gonçalves de Souza, freira em Lorvão, que em 1348 arrenda bens que tinha no termo de Santarém.

1.3.5 D. Margarida Gonçalves de Souza, n. cerca de 1328/1330 e falecida depois de 21 de Fevereiro de 1395. É referida como natural de Vairão em 1336 e entre os ricos-homens e ricas-donas naturais de Mancelos, ainda solteira, em 1339. Como D. Margarida de Souza e já com sua filha Dona Beatriz «que cassou cõ Anrriq Manuel», aparece como rica-dona natural de Grijó em 1366. A quinta de Massorim pertenceu a D. Fruilhe de Souza, mulher de Fernão Sanches (filho do rei D. Dinis), que a doou ao Cabido de Viseu, entre vários outros bens. Contudo, a sobrinha desta D. Fruilhe, D. Margarida, e seu marido Rui Vasques Ribeiro, tomaram posse de todos esses bens que ela deixara ao Cabido, só os restituindo por sentença de 21.2.1395. Desta forma se verifica que a mulher de Rui Vasques Ribeiro se chamou D. Margarida e não D. Maria. Isto, apesar de na lista dos padroeiros do mosteiro de Grijó (1365) aparecer D. Margarida de Souza, sem indicação do marido, com sua filha D. Beatriz «que cassou com Anrique Maniel», e logo adiante D. Maria de Souza casada com Rui Vasques e dois filhos (não nomeados). Mas, em 1366, D. Margarida Gonçalves de Souza, com sua filha Beatriz e sua sobrinha Maria de Souza, filha de Martim Lourenço da Cunha, nomeou procurador para dar quite ao mosteiro de Vairão pelas naturas e comedorias que tinham recebido. Na lista de Mancelos (1339) aparecem os dois filhos e duas filhas de Gonçalo Mendes de Briteiros, estando D. Mayor e não D.Maria e sendo D. Margarida a mais nova. Num documento de 5.12.1354 Martim Lourenço da Cunha aparece casado com D. Maria. Há aqui, portanto, uma contradição documental. Sendo contudo certo que D. Maria/Maior/Mor foi casada com Martim Lourenço da Cunha, casamento que se realizou depois de 1339 e antes de 1354. E que Rui Vasques Ribeiro ainda estava casado com D.Margarida em 1395. Parece, portanto, que o erro estará na lista de Grijó, publicada por J.A.S.M. Pizarro, que também o nota, propondo que D. Maria tenha casado 1º com Martim Lourenço da Cunha e depois com Rui Vasques Ribeiro, o que, como vimos, não é possível. Logo, Rui Vasques é o pai de D. Beatriz de Souza, conforme dizem todas as genealogias. Assim sendo, a lista de Grijó contém erros demasiado graves para a sua credibilidade, mesmo tendo em conta o facto de Rui Vasques Ribeiro ter casado a 1ª vez com uma Maria Gonçalves (Chancinho), o que mal pode justificar a confusão. D. Margarida, quando muito, talvez tenha casado a 1ª vez, cerca de 1343, com seu primo Martim Afonso de Souza, referido adiante. Mas em 1357 já estava casada com Rui Vasques Ribeiro, que é certamente o Rui Vasques, cavaleiro, que deixou em testamento umas casas em Galifonge e em Viseu ao Cabido desta cidade, bens de que este tomou posse a 9.5.1360.

1.4 Martim Afonso Chichorro, que segue.

1.5 (Vasco Afonso de Souza), filho proposto por Pizarro como pai de Martim Vasques de Souza, este já falecido em 1325, ano em que sua viúva Sancha Dias de Haro nomeia procurador seu neto Gonçalo Afonso para vender os bens que possuía em Portugal. Com geração.

2. Martim Afonso Chichorro, nascido cerca de 1295 e falecido depois de 1341, ano em que aparece no acordo de casamento do seu filho. Foi senhor da torre de Stº Estêvão e rico-homem na corte de seu tio o rei Dom Dinis, documentado como tal em 1320. Em 1321 Dom Dinis deu carta a «Martim Afonso meu sobrinho» sobre o direito de um casal em Lordelo. Em 1322, sendo dito «rico-homem de Souza», faz uma doação ao mosteiro de Pombeiro, de que era natural e padroeiro. Em 1323 obteve, com sua irmã D. Maria Afonso, por arbítrio do infante Dom Afonso, vários bens da Casa de Souza, de que eram co-herdeiros, nomeadamente as honras e coutos de Freixieiro, Travassos, Amarante, Barroso, Andrães, Galegos e Mouçãos. Não casou mas, sendo novo, com cerca de 25 anos de idade, teve pelo menos um filho natural em D. Aldonça Anes de Briteiros, abadessa de Arouca (certamente não era ainda abadessa quando teve o filho, e provavelmente nem ordens teria ainda), filha de João Rodrigues de Briteiros e de sua mulher Guiomar Gil de Soverosa.

Filhos:

2.1 ?(N) Martim Afonso de Souza, que segundo J. A. Pizarro está documentado no Livro das Campainhas (1365), que o aceita casado com sua prima D. Margarida Gonçalves de Souza, referida acima, e pai da condessa de Seia. Eu duvido da existência deste Martim Afonso de Souza, que não vejo na dita lista de Grijó, e ainda mais do seu casamento. O certo, como ficou dito acima, é que a 21.2.1357 D.Margarida estava casada com Rui Vasques Ribeiro. Pode assim concluir-se que, se este Martim Afonso de Souza de facto existiu e foi casado com D. Margarida Gonçalves de Souza, então faleceu antes de 1357. Ora, como este Martim Afonso de Souza deve ter nascido cerca de 1319 (partindo do princípio de que seria o mais velho, pois tinha o nome do pai e avô), teria morrido com cerca de 39 anos de idade. Mas, se Martim Afonso tivesse sido casado com D. Margarida, já estaria necessariamente morto em 1357, pelo que até por isso não podia constar do livro das campainhas (1365).

2.2 (N) Vasco Martins de Souza, que segue.  

2.3 ?(N) D. Beatriz Afonso, possível filha de Martim Afonso, mas não da abadessa D.Aldonça, pois esta D. Beatriz teria mais de 20 anos do que seu possível irmão Vasco Martins. Casou, como se documenta na carta real de confirmação de arras de 7.6.1369, com Lopo Dias de Souza, rico-homem, vassalo, alcaide-mor de Chaves (27.6.1368), senhor de Linhares (24.6.1368), que em 1371 recebeu o senhorio de Mafra e Ericeira (para não ser anadel-mor de besteiros) a meias com seu sobrinho homónimo o futuro mestre da Ordem de Cristo, então criança de dois ou três anos de idade.  

3. Vasco Martins de Souza, 1º senhor de Mortágua (3.4.1385), chanceler-mor de Dom Pedro I (já o era em 1357), e do Conselho de Dom João I (r. de 10.4.1385), de quem parece foi também escrivão da puridade. Sucedeu no couto e torre de Stº Estêvão. Como «Rico-Homem, Vassalo e Filho dalgo» recebeu em 1357 daquele rei e primo, como é tratado, por carta de 10.10.1357, os muitos bens que tinham sido de Pedro Coelho, matador de Dona Inez de Castro, bens que o rei Dom Fernando lhe confirmou a 29.6.1367. Foi ainda senhor de Serva e Atei (31.7.1368), e as terras de Aguiar de Pena, Penaguião, Gestaçô e Fontes, bem como da portagem de Amarante (24.1.1369), senhor de juro e herdade de Penaguião, Gestaçô e Fontes (13.2.1372) e a terra de Jurdim no Almoxarifado de Guimarães (8.1.1375), senhor das rendas (1.4.1377) e de juro e herdade de Mortágua (3.4.1385) bem assim como de Penaguião, Gestaçô e Fontes. Dom Fernando ainda lhe quita o foro da sua quinta de Mirandela, no termo de Chaves. Nasceu cerca de 1320 e faleceu em 1386. Em 1366 aparece como rico-homem natural de Grijó «por graça del Rey», assim como dois seus filhos, «huu ha nome Martim Affonso», e a filha D. Beatriz. Casou a 1ª vez em Coimbra a 6.12.1341 com Inez Dias Manoel, «filha dalgo», nascida cerca de 1328 e falecida cerca de 1366, filha de Sancho Manoel, senhor de Carrion e adiantado-mor de Múrcia, já falecido em 1346, e de sua 2ª mulher Inez Garcia de Toledo; neta paterna do infante Dom Manuel, senhor de Vilhena e Escalona, e de sua amante Nuna; neta materna de Diogo Garcia de Toledo, almirante de Castela, e de sua mulher Maria Garcia, senhora de Magán e Mejorada. Vasco Martins de Souza casou 2ª vez, depois de 1366, conforme se documenta numa carta real de 11.3.1438, com D. Estevaínha Garcia.

Filhos do 1º casamento:

3.1 D. Beatriz de Souza, casada com Afonso Gomes da Silva, senhor de Celorico de Basto. Com geração.

3.2 Martim Afonso de Souza, que segue.

Filhos do 2º casamento:

3.3 Afonso Vasques de Souza, «o Cavaleiro», fidalgo da Casa Real, falecido antes de 1409. Casou cerca de 1402 com sua parente D. Leonor Lopes de Souza, falecida em 1421, já viúva de Fernão Martins Coutinho, com geração referida no meu estudo Os filhos e netos do «muj honrrado barom» Dom Frei Lopo Dias de Souza, 8º mestre da Ordem de Cristo.

3.4 ?D. Isabel Vasques de Souza, quase certamente irmã inteira de Afonso Vasques, apesar de não aparecer na lista de Grijó. Casou com Diogo Gomes da Silva, com geração.

3.5 ?D. Violante Vasques, que aparece nas genealogias tardias e também não aparece na lista de Grijó. A ser filha de Vasco Martins ou era bastarda ou necessariamente do 2º casamento. Foi 2ª mulher de Afonso Vasco Corrêa, alcaide-mor de Abrantes.

4. Martim Afonso de Souza, presumível 2º senhor de Mortágua, senhor do couto e torre de Stº Estêvão, nasceu cerca de 1343 e faleceu depois de 1405 e antes de 1415. Terá sido o 1º a ordenar o escudo de armas dos Souza ditos do Prado, um esquartelado das armas reais de Portugal e de Leão/Castela (por via dos Manoel). As mais antigas pedras de armas com esta composição parecem ser as de seus netos Luiz Álvares de Souza, 3º senhor de Baião, no seu túmulo na igreja de S. Francisco, no Porto, e D. Frei Gonçalo de Souza, em Dornes e no seu túmulo, hoje no Museu Arqueológico do Carmo, e na igreja de Dornes. Casou depois de 1366 com sua prima D. Maria de Souza (como aparece em 1366) ou de Briteiros (como aparece, rasurada e escrito por cima, na legitimação de seu filho), referida acima, filha de Martim Lourenço da Cunha e de sua segunda mulher Maria Gonçalves de Souza ou de Briteiros, filha esta de Gonçalo Anes de Briteiros, de quem o bisneto (ainda filho de pais solteiros) teve o nome e o patronímico. Martim Afonso de Souza teve pelo menos dois filhos de D. Aldonça Rodrigues de Sá, abadessa de Rio Tinto, irmã de João Rodrigues de Sá, alcaide-mor do Porto e camareiro-mor de Dom João I. Esta D. Aldonça falecida cerca de 1450, deixou em testamento ao mosteiro de Rio Tinto a quintã de Vilar, no termo de Faria, e uns casais em Vermoim.

Filhos:

4.1 Gonçalo Anes de Souza, sucessor, que segue.

4.2 D. Inez de Souza, falecida antes de 1451, que sucedeu na Granja de Silvela, por doação de seu pai a si e a seu marido, tendo-lhe Dom João I confirmado esta doação e quitado para sempre as rendas e foros que essa propriedade pagava por ser prazo do coroa (confirmado por carta real de 13.12.1415 e reconfirmado por Dom Duarte a 16.8.1434, já estava casada com Pedro Peixoto). Casou a 1ª vez cerca de 1403 com Álvaro Gonçalves (Camelo), 2º senhor de Baião (3.3.1403), com geração. Casou 2ª vez antes de 1434 com Pedro Peixoto, «criado» do infante Dom Pedro e alcaide de Sabugal (era-o em 1451, já viúvo).

4.3 D. Briolanja de Souza, não documentada como filha mas que parece certa. Foi dama da rainha Dona Isabel, teve uma tença de 10.000 reais de prata (28.4.1460), herdou de seu marido a quintã de Val da Palma, para a qual teve carta de confirmação de couto a 10.6.1452, e faleceu em 1481. Foi 2ª mulher de Martim Afonso de Mello, 2º senhor de Água de Peixes (Alvito), 1º senhor de juro e herdade de Barbacena (1.10.1398), 1º senhor da torre de Évora (30.8.1398), 1º senhor do couto de Val da Palma (9.5.1411), vassalo e guarda-mor de Dom João I (1398), alcaide-mor de Évora (15.1.1390), Olivença, Campo Maior (1388), Castelo de Vide e Sever, embaixador a Castela, falecido em 1433. Com geração.

4.4 D. Catarina de Souza, já viúva a 14.8.1421 quando recebe mercê real de umas casas em Olivença, e que ainda vivia em 25.5.1450 quando lhe foi confirmada uma tença. Foi a 2ª mulher, por contracto de casamento de 7.3.1417, com dote real de 4.000 coroas de ouro, de João Freire de Andrade, senhor de Bobadela e meirinho-mor de Dom João I. Com geração.

Filho legitimado, havido em D. Aldonça Rodrigues de Sá:

4.5 (L) Martim Afonso de Souza, legitimado por carta real de 22.1.1405, sucedeu no couto e torre de Stº Estêvão, onde viveu. Esteve na tomada de Ceuta (1415) como capitão de um galeão do Porto, era cavaleiro da Casa do conde de Barcelos (futuro 1º duque de Bragança) quando foi nomeado vedor das Obras de Trás-os-Montes (carta real de 12.1.1440), e da Casa Real e do Conselho de Dom Afonso V quando este rei lhe deu, a 23.4.1450, padrão de 20.000 réis de juro. Em 17.2.1448 morava em Santa Maria com sua mulher Violante Lopes de Távora, filha dos senhores de Mogadouro, quando o filho de ambos Pedro de Souza tirou ordens menores em Braga. Já tinha falecido a 1.5.1455 quando sua viúva, a dita Violante de Távora, recebeu uma mercê régia. Deste casal foram filhos, entre outros: a) Fernão de Souza, senhor de juro e herdade de Gouveia de Riba Tâmega (18.8.1473), fidalgo do Conselho (antes de 1473), e sucessor na torre de Stº Estêvão, com geração nomeadamente nos senhores de Gouveia de Riba Tâmega, mais tarde condes de Redondo; e 2) Rui de Souza, 1º senhor de Beringel (1477), que foi pai de D. Pedro de Souza, senhor do Prado (15.8.1475) e 1º conde do Prado (22.11.1525), título que acabou por, nas genealogias, denominar abusivamente todos os Souza descendentes de Martim Afonso Chichorrro.

Filho não legitimado, da mesma mãe do anterior:

4.6 (N) Pedro Vasques de Souza, fidalgo da Casa Real, que a 18.4.1452 recebe do rei a quintã de Vilar, no termo de Faria, e os casais de Gaviam e Mantoam, no termo de Vermoim, que D. Aldonça de Sá, abadessa do mosteiro de Rio Tinto, deixara ao dito mosteiro sem autorização régia. A 27.10.1455 Dom Afonso V autoriza o mosteiro de Rio Tinto a tomar posse da quintã do Outeiro, na freguesia de Stª Maria de Alvarelhos, na Maia, que Pedro de Souza lhe doara por alma de seu pai Martim Afonso. 

Filha ilegítima atribuída por genealogias tardias e não confirmada, talvez filha de D.Aldonça:

4.7 ?(N) D. Beatriz de Souza casada com Martim Gonçalves de Macedo, senhor de S. Seriz.

5. Gonçalo Anes de Souza, nascido cerca de 1366, foi legitimado por carta real de 6.11.1400 por ter nascido antes do casamento de seus pais. Foi presumível 3º senhor de Mortágua. A 3.3.1400, já casado com Filipa de Ataíde, recebeu de Dom João I os bens móveis e de raiz de Álvaro Gonçalves Camelo, prior da Ordem do Hospital, que tinha ido para Castela. Faleceu no regresso de Ceuta (1415). Casou a 1ª vez, em 1400, com a referida Filipa de Ataíde, irmã do futuro 1º conde de Atouguia. Casou a 2ª vez cerca de 1413 com D. Maria Coelho, filha de Lopo Dias de Azevedo, senhor de S. João de Rei, etc., e de sua mulher D. Joana Gomes da Silva, sem geração deste 2º matrimónio. Esta D. Maria Coelho, que casou 2ª vez com Álvaro de Meira, com geração na Casa da Trofa, foi senhora de juro e herdade de Jales e Alfarela e da quintã e honra da Silva, solar desta linhagem, por doação de seus pais de 8.12.1413, bem assim como senhora da quintã e torre do Crasto e dos direitos ao senhorio de Entre-Homem-e-Cávado (que recebera como garantia do dote de 500 coroas de ouro que lhe dera Dom João I), tendo em 1450 vendido a Pedro Machado quer estes direitos quer a dita quintã e torre do Crasto. A legitimação real de Gonçalo Anes, já seus pais estavam casados, como o próprio documento diz, levanta duas questões interessantes. A 1ª remete para a prática algo habitual de os primos forçarem a autorização religiosa para casarem avançando com um casamento de facto, com geração de filhos. O que, por vezes, não sendo depois conseguida a dispensa, resultava em filhos naturais. Julgo também que estará relacionada com esta dispensa a aparente mudança de nome de D. Maria, de Souza para Briteiros. Assim, ao menos, não tinha o mesmo nome do noivo, o que em Roma talvez tivesse algum efeito. A 2ª questão remete para a falsa ideia de que um casamento posterior legitimava os filhos do casal havidos antes do matrimónio. Se assim fosse, Gonçalo Anes não tinha qualquer necessidade de ser legitimado. Com efeito, apenas a legitimação real (ou papal), salvo clausulas em contrário, equiparava totalmente o legitimado ao legítimo. A necessidade de legitimar Gonçalo Anes julgo que não se pode dissociar da intenção de seu pai de pedir a legitimação real de seu outro filho, Martim Afonso. É que se este fosse legitimado e Gonçalo Anes não, seria Martim Afonso, apesar de mais novo, a suceder.  

Filha:

5.1 D. Mécia de Souza, sucessora, que segue.

Filho ilegítimo:

5.2 (N) D. Frei Gonçalo de Souza,Túmulo armoriado de Dom Frei Gonçalo de Souza, hoje no Museu Arqueológico do Carmo. comendador-mor da Ordem de Cristo, onde teve várias comendas, alcaide-mor de Tomar, chanceler e alferes-mor do infante Dom Henrique, com quem esteve em Tanger. Terá nascido ainda seu pai era novo e solteiro, cerca de 1394. Em 1469, já muito velho, mandou fazer uma capela, sob a invocação de S. Jorge, dentro das muralhas do castelo de Tomar, onde colocou seu túmulo armoriado, com estátua jacente e extensa inscrição, onde nomeadamente diz que foi criado de menino com o infante Dom Henrique, pelo que teriam a mesma idade. Em 1453 instituiu a igreja de Dornes (Ferreira do Zezere), cuja comenda tinha. Deve ser este o Gonçalo de Souza que em 1435 estava para partir para Ceuta. Não podia casar mas teve vários filhos ilegítimos, entre os quais julgo estarem os que o Livro de Linhagens do Séc. XVI dá como seus irmãos (João e Cid), também ditos filhos naturais de Gonçalo Anes de Souza. Com efeito, este João de Souza casou com D. Beatriz, irmã inteira do Doutor João do Sem, chanceler-mor de D. João I, que casou em 1431 com Beatriz Gomes de Lemos, irmã do 1º senhor da Trofa. E um neto deste João, Francisco de Souza, morreu em 1578. O outro alegado filho de Gonçalo Anes de Souza, Cid de Souza, contador da rainha D. Joana, casou em 1457 com Leonor Fogaça e em 1445, pelo menos, ainda era escudeiro. Para além da cronologia, e ao contrário do que acontece com D. Frei Gonçalo, nem um nem outro me parece que tivessem estatuto para serem filhos de Gonçalo Anes de Souza. Parece-me, assim, que D. Frei Gonçalo teve duas séries de filhos, de mulheres diferentes. Uma 1ª, com cerca de 21 anos, ainda como Gonçalo Anes de Souza, de quem teve João, Gonçalo e Cid, nascidos cerca de 1415-20. Uma 2ª, já com cerca de 51 anos, com oito filhos (Leonor, Fernão, Duarte, Pedro, Nuno, Henrique, Cristóvão e Simão) nascidos entre 1446 e 1457, sendo destes o rapaz mais velho Fernão de Souza, que também foi comendador-mor da Ordem de Cristo. Dos filhos da 1ª série, João e Cid casaram (pelo que não podiam ter sido comendadores-mores), e Gonçalo terá falecido antes de seu pai. A sublinhar esta proposta temos o registo que em 1438 faz almoxarife de Viseu dos 5.568 reais que deu a João de Souza e Gonçalo de Souza, de soldo e mantimento deles e dos seus, do tempo que estiveram em Ceuta, e mais 2.230 reais a Gonçalo de Souza, em pagamento de certos mantimentos que deixou em Ceuta, para os que lá estavam. Esse documento dá claramente a ideia de dois jovens que acabaram uma comissão de serviço. Pelo tratamento, pelo soldo, pelo facto de serem despachados juntos (o que normalmente, entre irmãos, só acontece quando são jovens), e até pelo facto da lá faltar o Cid, o mais novo, que ainda não teria idade para acompanhar os mais velhos, tudo indica que se trata dos filhos da 1ª leva de D. Frei Gonçalo, nascidos cerca de 1415/8. A alternativa - desse Gonçalo de 1438 ser o futuro D. Frei -, parece totalmente inviável. Nesse caso teria então entre 41 e 43 anos, sendo seguro que já era freire da Ordem de Cristo, pelo que teria o tratamento de Frei, para além do de criado do infante D.Henrique, se é que não era já comendador de Dornes. Finalmente, o facto de o pagamento ser feito em Viseu, significa que ambos aí viviam, o que não é minimamente aceitável se fossem filhos de Gonçalo Anes de Souza, pelo menos no que toca ao João. Pelo contrário, teria toda a lógica se fossem filhos de D. Frei Gonçalo, que naturalmente os teria posto ao serviço do seu amigo e mestre, o duque de Viseu. Esse documento serve também para sustentar a hipótese, muito provável, de esses jovens estarem entre os 5.000 homens que o infante D. Henrique comandou (mal) no desastre de Tânger (1437), que antes e depois estacionaram em Ceuta. Estas duas séries, com os filhos da 1ª a fazem uma diferença de cerca de 30 anos dos filhos da 2ª série, associado ao facto de pai e filho serem homónimos e de D. Frei Gonçalo ter muito provavelmente usado em novo Gonçalo Anes, como o pai, terá levado o compilador do LLXVI a confundir os Gonçalos.

6. D. Mécia de Souza, condessa de Odemira e senhora de Mortágua (26.1.1434), nasceu cerca de 1405 e faleceu cerca de 10.11.1497. Já viúva, a condessa D. Mécia ajusta contas das partilhas com os testamenteiros. Teve com seu marido uma tença real sobre 1.500.000 libras que a coroa lhe devia, até ao montante de 4.000 coroas «de bom ouro e justo peso do cunho do rei de França» (20.4.1439). Com efeito, como se vê numa carta real de lembrança de tença de 5.1.1475, D. Mécia teve de Dom João I um conto de libras de ouro, que este rei prometera ao pai dela, Gonçalo Anes de Souza, para o casamento de sua filha. A 26.1.1434 teve com seu marido o senhorio de Mortágua com toda a sua jurisdição. Na doação, Dom Duarte refere apenas o seu desejo de fazer mercê a D. Sancho, sem referir direitos adquiridos de sua mulher, pelo que, em rigor, daqui não se depreende que Gonçalo Anes de Souza tenha sido senhor de Mortágua, se bem que a doação deste senhorio seja claramente no ano do casamento de ambos e, conforme já foi referido, os cuidados da carta pressupõem o receio de contestação por parte da linha varonil deste Souza. D. Mécia de Souza casou, teria entre 29 e 34 anos de idade, com cartas reais de dotes de 17 e 25.1.1434, autorização real, padrão de 3.000 coroas de ouro e 500.000 libras de juro (para além do referido conto de libras), com D. Sancho de Noronha, 1º conde de Odemira (9.10.1446), 4º governador e capitão-general de Ceuta (30.5.1451 a 30.6.1460), fronteiro de Entre-Tejo-e-Guadiana e regente (adiantado) do reino do Algarve (1460), do Conselho de Dom Afonso V, com o tratamento real de «sobrinho», «primo» e «tio», senhor de juro e herdade das vilas de Odemira, Aveiro (13.6.1449), Vimieiro (28.1.1437, confirmada a 5.7.1449) e Portalegre e seus termos (26.1.1434), senhor do castelo de Elvas e seu alcaide-mor, senhor do reguengo e castelo de Estremoz e seu fronteiro, capitão e governador de Arraiolos, comendador-mor da Ordem de Santiago, etc. Teve de assentamento uma tença de 97.142 reais de prata e outra tença de 3.000.000 libras (13.4.1450). Quando de seu casamento, D. Sancho de Noronha e sua mulher tiveram o senhorio de Mortágua (26.1.1434, confirmado no reinado seguinte a 15.4.1451). Dom Sancho era filho dos condes de Noreña e neto materno do rei Dom Fernando. Com geração nos condes de Odemira, senhores de Mortágua, família que se extingue a 12.12.1641 com o falecimento do seu último sucessor, D. Sancho de Noronha, 6º e último conde de Odemira (27.1.1580, reconfirmado de juro e herdade a 18.10.1609), senhor de Mortágua, Penacova, Eixo, Requeixo, Oeis, Paos e Villarinho da Ribeira de Palme, alcaide-mor e senhor dos castelos de Estremoz, Alvor e Odemira, etc., mordomo-mor da rainha Dona Luiza de Gusmão (25.12.1640), que nasceu póstumo em 1578 e foi sepultado no convento de Odemira, tendo casado em 1598 c. sua prima D. Juliana de Lara, filha dos 1ºs duques de Vila Real, sem geração.

 

ramo dos SOUSA de Arronches ramo dos SOUZA do Prado

 

Linhagem

D. Sueiro Belfaguer, 1º Senhor da Casa de Sousa (c.875) (com ascendência nos Reis Godos)

D. Hugo Soares Belfaguer

D. Hufo Hufes

D. Vizoi Vizois

D. Echega Guiçoi

D. Gomes Echigues

D. Egas Gomes de Sousa, 7º Senhor da Casa de Sousa (c.1035)

D. Mem Viegas de Sousa

D. Gonçalo Mendes de Sousa, o Bom

D. Mendo de Sousa, o Sousão

D. Garcia Mendes de Sousa

D. Mem Garcia de Sousa (c.1200)


__Maria Mendes de Sousa

____Inês Lourenço de Sousa com Martim Afonso (filho do Rei D. Afonso III) --> ramo dos Sousa Chichorro ou do Prado

sao os ascendentes deTOME DE SOUZA


__Constança Mendes de Sousa

____Maria Pais Ribeira com Afonso Dinis (filho do Rei D. Afonso III) --> ramo dos Sousa de Arronches

SAO OS ASCENDENTES DE MARTIM AFFONSO DE SOUZA

Alfonso III* K of Portugal

Father: Alfonso II* K of Portugal
Mother: Uracca* of Castile

Family 1: Beatrix* of Castile & Leon
  1. Denis* K of Portugal
  2. Alfonso* of Portugal

                                                                                                                                                                   _Henry of Burgundy______________________________
                                                                                                                   _Henry of Burgundy C of Portugal_______________|_UNKNOWN of Barcelona___________________________
                                                         _Alfonso I K of Portugal_________________________________|
                                                        |                                                         |                                                _Alfonso VI K of Castile & Leon_________________
                                                        |                                                         |_Therese of Castile & Leon_____________________|_Jimena Munoz __________________________________
                             _Sancho I* K of Portugal___|
                            |                           |                                                                                                          _Humbert II C of Savoy__________________________
                            |                           |                                                          _Amadeus III C of Savoy________________________|_Gislea of Burgundy_____________________________
                            |                           |_Matilda of Savoy________________________________________|
                            |                                                                                     |                                                _Guigues VIII C of Albon________________________
                            |                                                                                     |_Maud of Albon_________________________________|_Mathilda ______________________________________
 _Alfonso II* K of Portugal_|
|                           |                                                                                                                                      _Ramon Berenguer II C of Barcelona & Carcasonne_
|                           |                                                                                      _Ramon Berenguer III C of Barcelona____________|_Matilda of Apulia______________________________
|                           |                            _Ramon Berenguer IV C of Barcelona & Marquis of Provence_|
|                           |                           |                                                         |                                                _Gilbert Vicompte de Carlat_____________________
|                           |                           |                                                         |_Dolce of Provence_____________________________|_Gerberge of Provence___________________________
|                           |_Dulcia* of Barcelona______|
|                                                       |                                                                                                          _Sancho I K of Aragon & Navarre_________________
|                                                       |                                                          _Ramiro II "The Monk" King of Navarre & Aragon_|_Felice de Montdidier___________________________
|                                                       |_Petronilla Queen of Aragon______________________________|
|                                                                                                                 |                                                _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
|                                                                                                                 |_Matilda (Agnes) of Aquitaine__________________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
|
|--Alfonso III* K of Portugal
|
|                                                                                                                                                                  _Raymond C of Burgundy__________________________
|                                                                                                                  _Alfonso VII "The Emporer" K of Castile & Leon_|_Urraca Queen of Castile & Leon_________________
|                                                        _Sancho III K of Castile_________________________________|
|                                                       |                                                         |                                                _Ramon Berenguer III C of Barcelona_____________
|                                                       |                                                         |_Berengaria of Barcelona_______________________|_Dolce of Provence______________________________
|                            _Alfonso VIII K of Castile_|
|                           |                           |                                                                                                          _Ramiro Sanchez C of Monzon_____________________
|                           |                           |                                                          _Garcia VI K of Navarre________________________|_Christina Rodriquez ___________________________
|                           |                           |_Blanche of Navarre______________________________________|
|                           |                                                                                     |                                                _Gilbert Seigneur de Laigle_____________________
|                           |                                                                                     |_Marguarite of Laigle__________________________|_Juliana de Perche______________________________
|_Uracca* of Castile________|
                            |                                                                                                                                      _Fulk V Count of Anjou & K of Jerusalem_________
                            |                                                                                      _Geoffrey V "Plantagenet" C of Anjou___________|_Ermengarde of Maine____________________________
                            |                            _Henry II K of England___________________________________|
                            |                           |                                                         |                                                _Henry I K of England___________________________
                            |                           |                                                         |_Matilda Empress of Germany____________________|_Matilda of Scotland____________________________
                            |_Eleanor of England________|
                                                        |                                                                                                          _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
                                                        |                                                          _William X "le Jeune" D of Aquitaine___________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
                                                        |_Eleanor of Aquitaine____________________________________|
                                                                                                                  |                                                _Aimery I Vicompte de Chastellerault____________
                                                                                                                  |_Eleanor de Chastellerault_____________________|_Dangerose de l'Isle Bouchard___________________
Per Louda & Maclagan's "Lines of Succession", plate 115, became king in

1248.

Alfonso III* K of Portugal

  • Birth: 1210
  • Death: 1279
  • Reference: 9491
Father: Alfonso II* K of Portugal
Mother: Uracca* of Castile

Family 1: Beatrix* of Castile & Leon
  • Marriage: 1254
  1. Denis* K of Portugal
  2. Alfonso* of Portugal

                                                                                                                                                                   _Henry of Burgundy______________________________
                                                                                                                   _Henry of Burgundy C of Portugal_______________|_UNKNOWN of Barcelona___________________________
                                                         _Alfonso I K of Portugal_________________________________|
                                                        |                                                         |                                                _Alfonso VI K of Castile & Leon_________________
                                                        |                                                         |_Therese of Castile & Leon_____________________|_Jimena Munoz __________________________________
                             _Sancho I* K of Portugal___|
                            |                           |                                                                                                          _Humbert II C of Savoy__________________________
                            |                           |                                                          _Amadeus III C of Savoy________________________|_Gislea of Burgundy_____________________________
                            |                           |_Matilda of Savoy________________________________________|
                            |                                                                                     |                                                _Guigues VIII C of Albon________________________
                            |                                                                                     |_Maud of Albon_________________________________|_Mathilda ______________________________________
 _Alfonso II* K of Portugal_|
|                           |                                                                                                                                      _Ramon Berenguer II C of Barcelona & Carcasonne_
|                           |                                                                                      _Ramon Berenguer III C of Barcelona____________|_Matilda of Apulia______________________________
|                           |                            _Ramon Berenguer IV C of Barcelona & Marquis of Provence_|
|                           |                           |                                                         |                                                _Gilbert Vicompte de Carlat_____________________
|                           |                           |                                                         |_Dolce of Provence_____________________________|_Gerberge of Provence___________________________
|                           |_Dulcia* of Barcelona______|
|                                                       |                                                                                                          _Sancho I K of Aragon & Navarre_________________
|                                                       |                                                          _Ramiro II "The Monk" King of Navarre & Aragon_|_Felice de Montdidier___________________________
|                                                       |_Petronilla Queen of Aragon______________________________|
|                                                                                                                 |                                                _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
|                                                                                                                 |_Matilda (Agnes) of Aquitaine__________________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
|
|--Alfonso III* K of Portugal
|
|                                                                                                                                                                  _Raymond C of Burgundy__________________________
|                                                                                                                  _Alfonso VII "The Emporer" K of Castile & Leon_|_Urraca Queen of Castile & Leon_________________
|                                                        _Sancho III K of Castile_________________________________|
|                                                       |                                                         |                                                _Ramon Berenguer III C of Barcelona_____________
|                                                       |                                                         |_Berengaria of Barcelona_______________________|_Dolce of Provence______________________________
|                            _Alfonso VIII K of Castile_|
|                           |                           |                                                                                                          _Ramiro Sanchez C of Monzon_____________________
|                           |                           |                                                          _Garcia VI K of Navarre________________________|_Christina Rodriquez ___________________________
|                           |                           |_Blanche of Navarre______________________________________|
|                           |                                                                                     |                                                _Gilbert Seigneur de Laigle_____________________
|                           |                                                                                     |_Marguarite of Laigle__________________________|_Juliana de Perche______________________________
|_Uracca* of Castile________|
                            |                                                                                                                                      _Fulk V Count of Anjou & K of Jerusalem_________
                            |                                                                                      _Geoffrey V "Plantagenet" C of Anjou___________|_Ermengarde of Maine____________________________
                            |                            _Henry II K of England___________________________________|
                            |                           |                                                         |                                                _Henry I K of England___________________________
                            |                           |                                                         |_Matilda Empress of Germany____________________|_Matilda of Scotland____________________________
                            |_Eleanor of England________|
                                                        |                                                                                                          _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
                                                        |                                                          _William X "le Jeune" D of Aquitaine___________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
                                                        |_Eleanor of Aquitaine____________________________________|
                                                                                                                  |                                                _Aimery I Vicompte de Chastellerault____________
                                                                                                                  |_Eleanor de Chastellerault_____________________|_Dangerose de l'Isle Bouchard___________________

INDEX

 

Notes

Per Louda & Maclagan's "Lines of Succession", plate 115, became king in

1248.

 


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Alfonso III* K of Portugal

  • Birth: 1210
  • Death: 1279
  • Reference: 9491
Father: Alfonso II* K of Portugal
Mother: Uracca* of Castile

Family 1: Beatrix* of Castile & Leon
  • Marriage: 1254
  1. Denis* K of Portugal
  2. Alfonso* of Portugal

                                                                                                                                                                   _Henry of Burgundy______________________________
                                                                                                                   _Henry of Burgundy C of Portugal_______________|_UNKNOWN of Barcelona___________________________
                                                         _Alfonso I K of Portugal_________________________________|
                                                        |                                                         |                                                _Alfonso VI K of Castile & Leon_________________
                                                        |                                                         |_Therese of Castile & Leon_____________________|_Jimena Munoz __________________________________
                             _Sancho I* K of Portugal___|
                            |                           |                                                                                                          _Humbert II C of Savoy__________________________
                            |                           |                                                          _Amadeus III C of Savoy________________________|_Gislea of Burgundy_____________________________
                            |                           |_Matilda of Savoy________________________________________|
                            |                                                                                     |                                                _Guigues VIII C of Albon________________________
                            |                                                                                     |_Maud of Albon_________________________________|_Mathilda ______________________________________
 _Alfonso II* K of Portugal_|
|                           |                                                                                                                                      _Ramon Berenguer II C of Barcelona & Carcasonne_
|                           |                                                                                      _Ramon Berenguer III C of Barcelona____________|_Matilda of Apulia______________________________
|                           |                            _Ramon Berenguer IV C of Barcelona & Marquis of Provence_|
|                           |                           |                                                         |                                                _Gilbert Vicompte de Carlat_____________________
|                           |                           |                                                         |_Dolce of Provence_____________________________|_Gerberge of Provence___________________________
|                           |_Dulcia* of Barcelona______|
|                                                       |                                                                                                          _Sancho I K of Aragon & Navarre_________________
|                                                       |                                                          _Ramiro II "The Monk" King of Navarre & Aragon_|_Felice de Montdidier___________________________
|                                                       |_Petronilla Queen of Aragon______________________________|
|                                                                                                                 |                                                _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
|                                                                                                                 |_Matilda (Agnes) of Aquitaine__________________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
|
|--Alfonso III* K of Portugal
|
|                                                                                                                                                                  _Raymond C of Burgundy__________________________
|                                                                                                                  _Alfonso VII "The Emporer" K of Castile & Leon_|_Urraca Queen of Castile & Leon_________________
|                                                        _Sancho III K of Castile_________________________________|
|                                                       |                                                         |                                                _Ramon Berenguer III C of Barcelona_____________
|                                                       |                                                         |_Berengaria of Barcelona_______________________|_Dolce of Provence______________________________
|                            _Alfonso VIII K of Castile_|
|                           |                           |                                                                                                          _Ramiro Sanchez C of Monzon_____________________
|                           |                           |                                                          _Garcia VI K of Navarre________________________|_Christina Rodriquez ___________________________
|                           |                           |_Blanche of Navarre______________________________________|
|                           |                                                                                     |                                                _Gilbert Seigneur de Laigle_____________________
|                           |                                                                                     |_Marguarite of Laigle__________________________|_Juliana de Perche______________________________
|_Uracca* of Castile________|
                            |                                                                                                                                      _Fulk V Count of Anjou & K of Jerusalem_________
                            |                                                                                      _Geoffrey V "Plantagenet" C of Anjou___________|_Ermengarde of Maine____________________________
                            |                            _Henry II K of England___________________________________|
                            |                           |                                                         |                                                _Henry I K of England___________________________
                            |                           |                                                         |_Matilda Empress of Germany____________________|_Matilda of Scotland____________________________
                            |_Eleanor of England________|
                                                        |                                                                                                          _William IX "Le Vieux" D of Aquitaine___________
                                                        |                                                          _William X "le Jeune" D of Aquitaine___________|_Philipe\Matilde of Toulouse____________________
                                                        |_Eleanor of Aquitaine____________________________________|
                                                                                                                  |                                                _Aimery I Vicompte de Chastellerault____________
                                                                                                                  |_Eleanor de Chastellerault_____________________|_Dangerose de l'Isle Bouchard___________________

INDEX

 

Alfonso III, king of Portugal

1210–79, king of Portugal (1248–79), son of Alfonso II, brother and successor of Sancho II. By his marriage with Matilda, countess of Boulogne, he became count of Boulogne and thus was known as Alfonso o Bolonhez [Alfonso of Boulogne]. He seized power after the deposition (1245) of his brother by the pope, becoming king on Sancho’s death. Alfonso completed the reconquest of Portugal from the Moors by taking (1249) the rest of the Algarve. This involved him in a long quarrel with Alfonso X of Castile, who had been receiving revenues from Algarve, but the two kings reached an agreement by which Alfonso III married the illegitimate daughter of Alfonso X, and Alfonso X was to relinquish all rights to the Algarve when the heir born of this union (the later King Diniz) should reach the age of seven. Alfonso’s second marriage brought the Portuguese king into disfavor with the church because Matilda was still living, but her death ended the conflict. Despite promises he had made at the time of Sancho’s deposition, Alfonso seized lands and revenues from the church. This caused another break with the church, which healed shortly before his death. Alfonso called the Cortes of Leiria (1254), the first Portuguese Cortes to include commoners. He also instituted administrative and financial reforms, encouraged commerce and the development of the towns, and commuted many feudal dues into money payments. French and Provençal culture was imported to the court, and the period was one of great intellectual activity. Alfonso was succeeded by Diniz.

His son ALPHONSO CHICORRO married a nephew of MEM GARCIA DE SOUZA  and had the later descendant TOME DE SOUZA in the twelve's generation after the starter of the dynasty DE SOUZA

His son ALFONSO DINIZ married a nephew of MEM GARCIA DE SOUZA and had the later descendant MARTIM AFFONSO DE SOUZA

Alfonso III

Alfonso III, 121079, king of Portugal (1248–79), son of Alfonso II, brother and successor of Sancho II. By his marriage with Matilda, countess of Boulogne, he became count of Boulogne and thus was known as Alfonso o Bolonhez [Alfonso of Boulogne]. He seized power after the deposition (1245) of his brother by the pope, becoming king on Sancho's death. Alfonso completed the reconquest of Portugal from the Moors by taking (1249) the rest of the Algarve. This involved him in a long quarrel with Alfonso X of Castile, who had been receiving revenues from Algarve, but the two kings reached an agreement by which Alfonso III married the illegitimate daughter of Alfonso X, and Alfonso X was to relinquish all rights to the Algarve when the heir born of this union (the later King Diniz) should reach the age of seven. Alfonso's second marriage brought the Portuguese king into disfavor with the church because Matilda was still living, but her death ended the conflict. Despite promises he had made at the time of Sancho's deposition, Alfonso seized lands and revenues from the church. This caused another break with the church, which healed shortly before his death. Alfonso called the Cortes of Leiria (1254), the first Portuguese Cortes to include commoners. He also instituted administrative and financial reforms, encouraged commerce and the development of the towns, and commuted many feudal dues into money payments. French and Provençal culture was imported to the court, and the period was one of great intellectual activity. Alfonso was succeeded by Diniz.

El otro hijo de Alfonso III, Martim Affonso Chichirro, quien fuera concebido con una concubina mora, (neta de MEM GARCIA DE SOUZA  O SOUSAO)fue el ancestro de muchos miembros de las noblezas portuguesa, española, entre ellos la familia Zorreguieta. Veinte generaciones más tarde, nacieron el padre y la madre de Catharina-Amalia Beatrix Carmen Victoria.

Diniz (Dionisio) Affonsez


< Constantia of Portugal


< O-Osado Afonso-IV, King-of Portugal

 
 
          the-Fat Affonso-II, King-of Portugal
          birt: 23 APR 1185
deat: 25 MAR 1223
marr: 1201
 
      King-of Portugal Affonso-III    
      birt: 5 MAY 1210
deat: 16 FEB 1278/79
marr: MAY 1253
 
   
          Urraca of Castile
          birt: 1186
deat: 3 NOV 1220
plac: Lisbon, Portugal
marr: 1201
 
  Diniz (Dionisio) Affonsez    
  birt: 9 OCT 1261
plac: Lisbon, Portugal
deat: 7 JAN 1324/25
plac: Santarem, Portugal


Isabella of Aragon
marr: 24 JUN 1282
plac: Trancoso, Guarda, Port
birt: 4 JAN 1270/71
plac: Zaragosa, Spain
deat: 4 JUL 1336
plac: Estremoz, Evora, Port
 
   
          the-Wise Alfonso-X,-of Castile & Leon
          birt: 23 NOV 1221
plac: Toledo, Spain
deat: 4 APR 1284
plac: Seville, Spain
marr: BEF. 1242
marr: 26 NOV 1248
plac: Valladolid
 
      Beatrice of Castile    
      birt: 1242
deat: 27 OCT 1303
marr: MAY 1253
 
   
          Maria Guzman
          birt: BEF. 1227
deat: AFT. 1242
marr: BEF. 1242
 

 
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Dionisio I de Portugal

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El rey Dionisio I de Portugal
El rey Dionisio I de Portugal

Dionisio I de Portugal apodado el Labrador (Lisboa, 9 de octubre de 1261 - Santarém, 7 de enero de 1325) fue el sexto rey de Portugal. Era el hijo mayor del rey Alfonso III el Boloñés y de su segunda esposa, Beatriz de Castilla. Dionisio sucedió a su padre en el trono en 1279.

Con el sur del actual portugués reconquistado, Alfonso III creo en 1263, para su hijo Dionisio el Reino de los Algarves. De allí hasta el final de la monarquía (salvo el período 1815 - 1826), el reino pasaría a denominarse de Portugal y de los Algarves.

Como heredero, su padre le hizo compartir las responsabilidades de gobierno. En la época de su ascenso al trono, Portugal se encontraba en sumida en diversos conflictos diplomáticos con la Iglesia católica. Dionisio firmó un acuerdo con el Papa y juró proteger los intereses de la iglesia en Portugal. Por eso, garantizó el asilo de los caballeros templarios perseguidos en Francia y creó la Orden de Cristo, designada a ser la continuación de la Orden del Temple.

Con la Reconquista terminada y el país libre de la ocupación musulmana, Dionisio se convirtió en un rey básicamente administrativo y no militar. Sin embargo, mantuvo una breve contienda con Castilla por las posesiones de Serpa y Moura. Después, Dionisio evitó la guerra: fue un amante de la paz durante un periodo especialmente tormentoso de la historia de Europa. Dionisio firmó un pacto de fronteras (el Tratado de Alcañices)con el rey Fernando IV de Castilla (1297) que ha permanecido hasta nuestros días.

La prioridad principal del gobierno de Dionisio fue la organización del país. Siguió las políticas de su padre en los temas de legislación y centralización del poder. Promulgó el núcleo de la legislación civil y criminal portuguesa, protegiéndo a las clases bajas de los abusos y la extorsión. Viajó por todo el país, arreglando las situaciones injustas y resolviendo los problemas. Ordenó la construcción de numerosos castillos, creó nuevas ciudades y garantizó los privilegios de numerosas villas. Junto a su esposa, la princesa Isabel de Aragón, Dionisio trabajo para mejorar la vida de los más desfavorecidos y fundó diversas instituciones sociales.

Preocupado por las infraestructuras del país, Dionisio ordenó la explotación de minas de cobre, hierro y plata y organizó la exportación del exceso de la producción a otros países europeos. El primer acuerdo comercial portugués se firmó en Inglaterra en 1308. Dionisio fundó la marina portuguesa al mando de un almirante genovés y ordenó la construcción de varios puertos.

Su principal preocupación fue el desarrollo y promoción de las infraestructuras rurales, de ahí su apodo de El Labrador. Redistribuyó las tierras, promocionó la agricultura, organizó comites de agriculturos y tuvo especial interés en el desarrollo de las exportaciones. Instituyó mercados fijos en numerosas ciudades y reguló sus actividades. Uno de sus logros principales fue la protección de las tierras agrícolas del avance de las arenas costeras, ordenando la plantación de bosques de pinos en la zona cercana a Leiria. Este bosque aún existe y está considerado como uno de los más importantes de Portugal. Se le conoce con el nombre de Pinhal de Leiria.

La cultura fue otro de los intereses del rey Dionisio. Escribió diversos libros con temas que iban desde la administración a la caza, la ciencia o la poesía. En su época, Lisboa fue uno de los centros europeos de la cultura y el conocimiento. La Universidad de Coimbra se fundó gracias al decreto Magna Charta Priveligiorum firmado por Dionisio.

El final de su pacífico reinado estuvo marcado sin embargo por los conflictos internos. Los contendientes fueron dos de sus hijos, Alfonso el Bravo, legítimo heredero, y Alfonso Sanches, hijo bastardo que reclamaba los favores reales. En el momento del fallecimiento de Dionisio en 1325, el rey había situado a Portugal al mismo nivel que el resto de los reinos de la Península Ibérica

Descendencia [editar]

Dionisio estuvo casado en primeras nupcias con Isabel de Aragón, hija del rey Pedro II el Grande y de su esposa Constanza II de Sicilia. Del matrimonio nacieron dos hijos:

Hijos naturales:

  • Pedro Alfonso (¿? - ¿?);
  • Alfonso Sanchez (¿? - ¿?);
  • María Alfonso (¿? - ¿?), casada con el infante castellano Juan Alfonso de la Cerda;
  • Maria Alfonso (¿? - ¿?);
  • Juan Alfonso (¿? - ¿?);
  • Fernán Sanchez (¿? - ¿?);
  • Pedro Alfonso (¿? - ¿?).

Véase también [editar]

 

TOME DE SOUZA

 

SOUSA, MARTIM AFONSO DE

 

1500?–1564, Portuguese colonial administrator. A military man, he was commissioned in 1530 to drive the French corsairs from the Brazilian coasts and to establish colonies. He succeeded in clearing the coasts, founded the colony of São Vicente, established sugarcane growing, and introduced other crops and cattle. He initiated the successful settlement and colonization of Brazil that was continued by Tomé de Sousa, Mem de , and the Jesuits Manuel de Nóbrega and José de Anchieta.

e ele mesmo descendente dos Reis de Leon ,Asturias e Navarra

 Estou verificando se e ascendente de HENRIQUE e de AFFONSO HENRIQUES I


http://fabpedigree.com/s028/f017581.htm

 

HM George I's 18-Great Grandfather.       HRE Ferdinand I's 12-Great Grandfather.       PM Churchill's 24-Great Grandfather.       George Washington's 20-Great Grandfather.       `Osawatomie' Brown's 24-Great Grandfather.

 Wife/Partner:       Gotinha Goncalves da MAIA
 Child:       Mem Veegas (Conde) de CASA de SOUZA
______ ______ ______ ______ _____ _____ _____ _____ ____ ___ ___  
        / -- Hufo Soares BELFAGUER   + ====> [ 2]
      / -- Hufo HUFES
      /   \ -- Mendola de ESPANA
    / -- Gocoy `El Nonnato'
    /   \ -- Teresa (Tareja) SOARES
  / -- Echeqa (Echiga) GUICOI
  /   \ -- Munia de NOVELAS
/ -- Gomes ECHIGUEZ (Conde) de CASA de SOUZA  born about 1020
\   / -- poss.  Suaro de NOVELAS
\ -- Aragunta Suarez de NOVELAS
  \   | or: Aragunta Goncalves da MAIA
/     \ -- poss.  Mayor Dias de CASTILE   + ====> [ 192 ,,x,&]
- Egas Gomes (Conde) de CASA de SOUZA  1028
\     / -- Fernando VERMUNDEZ de LEON   + ==&=> [ 195 ,,X,&]
  /     | OR: prob. not Ferdinand I of CASTILE   + ==&=> [ 212 ,Ac,ptmQY,&]
/ -- Munio FERNANDEZ (Count) of TORO  (959? - 994+)
\ -- Gontrode MUNIZ de TORO  1021
  \   / -- poss.  Ramon de SABOYA
  \ -- Elvira
 

  His Grandchildren:       Chamoa (Flamulla) Mendes de SOUSA   ;   Gotinha Mendes de SOUZA   ;   Goncalo Mendes `O Bom' (Conde) de CASA de SOUZA   ;   Urraca Mendes de SOUSA   ;   Soeiro Mendes `O Grosso' de SOUSA
 
DESCENDENTE DE
LIUWA II
LEOGIVILD 567_573
RECARED I 573_586_601
LIUWA II 601_603
WITERIC 603_610
GUNDEMAR 610_612
SISEBUT 612_621
RECARED II 621_621
SUINTILLA 621_631
SISEBUTO
 

Famille Balthe ou Balte.

Fritigern roi des Wisigoths.

Athanaric roi des Wisigoths ?-26/01/381.

 

Alaric I roi des Wisigoths 395-410. En 410 il pille Rome.

        épouse: X fille de Modaharius. Ce dernier a pour fils Athaulf roi des Wisigoths 410-09/415 assassiné. Il

                       s'installe à Barcelone et épouse le 01/01/414: Aelia Galla Placidia fille de Théodose I empereur, morte

                       en 450 (cf: Empire romain) dont naît en 415 Théodose mort en 415.

            2 enfants:

                - Pédauque reine des Wisigoths.

                        épouse: Théodoric I roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

                - Pélagie (fille).

                        épouse: Boniface comte.

                                       Aetius patrice, assassiné en 454. Il vainquit les Huns d'Attila aux Champs Catalauniques.

 

Sigeric ou Ségeric roi des Wisigoths 09/415-09/415 assassiné.

Wallia ou Valia roi des Wisigoths 09/415-418. En 418 il passe un traité (foedus) avec Rome qui établit les Wisigoths en Gaule (royaume de Toulouse) avec mission de protéger la frontière Sud et d'attaquer les Suèves, Vandales et Alains présents dans la Péninsule Ibérique.

            1 enfant:

                - X (fille).

                        épouse: X un Suève.

                            1 enfant:

                                - Ricimer mort en 472.

                                        épouse: Alypia fille d'Anthème empereur d'Occident. cf: Empire romain.

 

I Théodoric I ou Théodoride roi des Wisigoths 418-20/06/451 tué (lors de la bataille des Champs Catalauniques contre les Huns d'Attila).

        épouse: Pédauque fille d'Alaric I roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

            6 enfants:

                - Thorismund ou Thorismond roi des Wisigoths 20/06/451-453 assassiné (par son frère

                  Théodoric).

                - Théodoric II né en 428, roi des Wisigoths 453-466 assassiné (par son frère Euric).

                - Fridéric tué en 463.

                - Euric Le Grand roi des Wisigoths. cf: dessous.

                - X reine des Vandales.

                        épouse: Hunéric roi des Vandales. cf: Dynastie des Vandales.

                - X reine des Suèves.

                        épouse: Rechiaire roi des Suèves. cf: Dynastie de Suèves.

 

II Euric Le Grand roi des Wisigoths 466-28/12/484. En 475, le royaume de Toulouse devient indépendant.

        épouse: Ragnahild (une Burgonde).

            1 enfant:

                - Alaric II roi des Wisigoths. cf: dessous.

 

III Alaric II roi des Wisigoths 28/12/484-507 tué (lors de la bataille de Vouillé contre le roi des Francs Clovis I).

        épouse: Théodegotha fille naturelle de Théodoric I roi des Ostrogoths. cf: Dynastie des Ostrogoths.

            1 enfant et 1 fils naturel:

                - Fils naturel: Geisalic ou Gesalec roi des Wisigoths 507-511 abdique.

                - Amalaric né en 502, roi des Wisigoths 511-531 assassiné.

                        épouse en 511: Clotilde fille de Clovis I roi des Francs, morte en 531. cf: Dynastie Mérovingienne.

 

X.

            2 enfants:

                - Theudis ou Thiudes roi des Wisigoths 531-548 assassiné. Il s'agit d'un Ostrogoth.

                - X.

                            1 enfant:

                                - Theudegisèle ou Theudegisdus duc, puis roi des Wisigoths 548-549

                                  assassiné.

 

Agila I roi des Wisigoths 549-554 assassiné.

 

Athanagild I roi des Wisigoths 554-567 assassiné.

        épouse: Galswintha.

            3 enfants:

                - Galswintha reine de Neustrie, assassinée en 568.

                        épouse en 564: Chilpéric I roi de Neustrie. cf: Dynastie Mérovingienne.

                - Brunehaut ou Brunechildis née en 545, reine d'Austrasie, exécutée en 613.

                        épouse en 566: Sigebert I roi d'Austrasie. cf: Dynastie Mérovingienne.

                                      en 576: Mérovée mort en 577. cf: Dynastie Mérovingienne.

                - X.

                        épouse: Saint Désiré né en 505, évêque de Verdun 534-549 (frère de saint Nectaire né en 510,

                                       évêque d'Autun 540-550).

                            3 enfants:

                                - X.

                                            2 enfants:

                                                - Saint Désiré ou Didier archevêque de Vienne 596-11/02/602. Fête le 11/02.

                                                - X.

                                                            2 enfants:

                                                                - Romain.

                                                                - X.

                                                                            2 enfants:

                                                                                - Désiré ou Didon évêque de Poitiers 628-673.

                                                                                - Sigrade.

                                                                                        épouse: Bodilon. cf: Dynasties Lombardes.

                                - Saint Syagrius évêque d'Autun 561-602.

                                - Nectarie (fille).

                                            1 enfant:

                                                - Saint Désiré ou Didier évêque d'Auxerre 605-27/10/623. Fête le 27/10.

 

X.                                    

            2 enfants:

                - Liuva I roi des Wisigoths 567-567, puis co roi des Wisigoths 567-573.

                            1 enfant adopté:

                                - Fils adopté: Léovigild roi des Wisigoths. cf: dessous.

                - Léovigild roi des Wisigoths. cf: dessous.

 

Léovigild (adopté par son frère Liuva I roi des Wisigoths. cf: dessus) co roi des Wisigoths 567-573, puis roi des Wisigoths 573-573, puis co roi des Wisigoths 573-586.

        épouse: Théodosia.

                       Galswintha (il s'agit de la veuve d'Athanagild I roi des Wisigoths).

            2 enfants du premier mariage:

                - Saint Hermenegild (Hermenegildis ou Ermenegilde) co roi des Wisigoths 573-584

                  abdique, martyrisé le 13/04/586. Fête le 13/04.

                       épouse en 579: Ingunde fille de Sigebert I roi d'Austrasie, morte en 585. cf: Dynastie Mérovingienne.

                           1 enfant:

                               - Athanagilde. 

                - Recared I roi des Wisigoths. cf: dessous.

 

XV Recared I co roi des Wisigoths 573-586, puis roi des Wisigoths 586-601, puis co roi des Wisigoths 601-601. Il se convertit au catholicisme en 587 (auparavant les rois étaient ariens).

        épouse: Bauda.

            1 enfant:

                - Liuva II co roi des Wisigoths 601-601, puis roi des Wisigoths 601-603 assassiné.

 

Wittéric ou Vitéric roi des Wisigoths 603-610 assassiné.

            1 enfant:

                - Ermenberga reine d'Austrasie et reine de Bourgogne et reine d'Orléans et reine de Paris.

                        épouse en 607: Théodoric II roi d'Austrasie. cf: Dynastie Mérovingienne.

 

Gundemar roi des Wisigoths 610-612.

 

Sisebut roi des Wisigoths 612-621 empoisonné.

            2 enfants:

                - Recared II roi des Wisigoths 621-621.

                - Théodora reine des Wisigoths.

                        épouse: Suintilla roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

 

Suintilla ou Suintila roi des Wisigoths 621-631, puis co roi des Wisigoths 631-631 déposé.

        épouse: Théodora fille de Sisebut roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

            2 enfants:

                - Recimir co roi des Wisigoths 631-631 déposé.

                - Liubigotona reine des Wisigoths.

                        épouse: Ervige roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

 

Sisenand roi des Wisigoths 631-636.

 

Chintila roi des Wisigoths 636-639.

            1 enfant:

                - Tulca ou Tulga roi des Wisigoths 639-642 abdique.

               

 

Chindasvind ou Chindaswinth roi des Wisigoths 642-649, puis co roi des Wisigoths 649-653.

        épouse: Rekiberga.

            3 enfants et 1 enfant naturel:

                - Reasvind ou Receswinth co roi des Wisigoths 649-653, puis roi des Wisigoths 653-672.

                - Athanagilde.

                         épouse: Flavia Juliana Verwandthe fille de Maurice empereur de Constantinople. cf: Empire byzantin.

                            1 enfant:

                                - Ervige roi des Wisigoths 680-687.

                                         épouse: Liubigotona fille de Suintilla roi des Wisigoths. cf: Dynastie des Wisigoths.

                                             1 enfant:

                                                - Cixillo morte en 701.

                                                        épouse: Egica roi des Wisigoths 687-698, puis

                                                                       devient co roi des Wisigoths 698-701.

                                                             1 enfant:

                                                                - Wittiza ou Vitiza co roi des Wisigoths 698-701, puis roi des Wisigoths (ancêtre des de souza)

                                                                  701-710.

                                                                            3 enfants:

                                                                                - Agila II usurpateur 710-713.

                                                                                - 2 fils.

                - Théodofred duc de Cordoue.

                        épouse: Rekilona de Cordoue.

                            1 enfant:

                                - Roderic ou Rodrique duc de Bétique, puis roi des Wisigoths 710-711 tué.

                                        épouse: Egila.

                - Fils naturel: Favila duc de Cantabrique.

                            Cf: Dynastie des Asturies.

 

Wamba roi des Wisigoths 672-680 abdique.

Théodemir prétendant 711-741.

Athanagilde II prétendant 741-743.

 

        DON GOMES ECHIQUES DOM SUEIRO BELFAGUER (875)          
O DECiMO SECUNDO a sexta neta EGAS GOMES DE SOUSA (1035)   casado com          
NETO IGNEZ LOURENCO DE SOUZA PRIMEIRO A USAR o nome DE SOUZA   DONA MUNIA MANAYA RIBEIRO decendente de SISEBUTO..LEOGIVILD
MARTIM  CASADA CAPITAO GENERAL     DOM FAYOA THEODOSIO BISNETO DE FLAVIO EGICA    
AFFONSO COM lutou contra o rei de Tunes em     sua esposa        
DE MARTIM AFFONSO CHICORRA Beja     SONIA SOEIRA FILHA DE SOIRO PRINCIPE GODO    
SOUZA FILHO BASTARDO DE DOM ALPHONSO III e venceu GONTRONA MONIZ  MURIO FERNANDES DE TOURO    
primo 1248_1 279 levou a bandeira para casa    FILHO DE FERNANDO DE CASTELA  
de   FLAMULA OU GONTINHA GOES  GONCALVES TRASTANIRES DE MAIA        
TOME DE SOUZA   (GONT DE GOTO) FILHA DE MECIA ROIZ    
 
         
         
         
         
         
         
           
           
           
           
             

A ORIGEM DO NOME DE FAMÍLIA SOUSA EM PORTUGAL

 


Brasão de armas dos Sousas,
ancestrais da família Assis Brasil

Resumo
O sobrenome Sousa, ou Souza, pertencente a uma das mais antigas e nobres famílias portuguesas, é classificado como sendo de origem habitacional. Este termo se refere aos sobrenomes dos quais a origem se encontra no lugar de residência do progenitor da família, seja uma cidade, vila ou um lugar identificado por uma característica topográfica.

No que diz respeito ao sobrenome Souza, este é variante de Sousa, o qual se originou durante o reinado dos Godos. Um cavaleiro de nome GOMES ECHIGUES, que viveu durante o século XI, foi governador do distrito de Entre Douro e Minho e possuiu o título de SENHOR DE FELGUEIRAS, domínio que adquiriu em 1040. Um de seus filhos, EGAS GOMES DE SOUSA, Senhor de Sousa, Novelas e Felgueiras, foi o primeiro a usar o sobrenome, o que indica que ele residia ou possuía terras no lugar de nome Sousa. Embora Souza e Sousa sejam escritos de forma diferente, considera-se que são apenas grafias distintas para o mesmo nome de família.

A origem da palavra Sousa ou Souza
SOUSA, ou SOUZA, é um sobrenome de origem geográfica, originário de um rio e de uma povoação de Portugal. A sua origem, segundo CORTESÃO, com dúvidas, vem da baixa latinidade SOUSA, SAUCIA ou SOCIA. SOUSA, forma documentada no ano de 924, SOUZA, com a letra z e SOCIA, documentado em 1088. Segundo LEITE DE VASCONCELOS, a palavra veio do latim SAZA ou SAXA, que significa seixos (ou rocha), o que traz dificuldades fonéticas. Outros derivam de SALSA, donde vem Souza e Sousa, o que não apresenta dificuldade fonética. CORTESÃO faz diferença entre Sousa, nome do rio, e Souza, nome da povoação, derivando aquele de SAZA e este de SOCIA. É também o nome de uma espécie de pombo bravo que, no século XI, foi registrado como SAUSA.

(Antenor Nascentes, II, 286)

DOM SUEIRO DE BALFAGUER, o genearca da família Sousa
Souza, ou Sousa, é uma das mais antigas e ilustres famílias de Portugal. FELGUEIRAS GAYO, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal (Tomo XXIX), usando o Nobiliário do Cazal do Paço, principia esta antiquíssima família em DOM SUEIRO BELFAGUER, antigo cavaleiro godo, que floresceu nos primeiros anos do século VIII, ou pelos anos de 800. Foi filho, segundo melhores opiniões, de DON FAYÃO THEODO ou THEODOSIO, que foi bisneto em varonia de FLAVIO EGICA, rei da Espanha, e de sua esposa SONA SOEIRA, filha de D. SOEIRO, príncipe Godo. Informa ser a mais antiga família que se encontra na Espanha portuguesa, e por automazia, a mais antiga portuguesa.

Solares da família
O primeiro solar que teve esta família foi na Comarca de Vila Real entre o Rio Tua e Tamega, em a terra chamada Panoyas, nome que lhe ficou de uma cidade assim chamada pelos romanos, situada junto ao lugar de Val de Nogueiras, em cujas ruínas se encontram descrições com letras romanas.

O segundo solar desta família, de onde se tirou o sobrenome, fica no Entre Douro e Minho, no contorno do Concelho de Rio Tamaga, denominado a terra de Souza, regada do Rio Souza que, nascendo por cima do mosteiro beneditino de Pombeiro, recebe outras águas e corre até se encorporar com o rio Douro, muito abaixo de ambos os rios, sendo o Tamega o último que recebe duas léguas antes da cidade do Porto.

O início do sobrenome Sousa
O sobrenome Sousa não teve princípios senão muito depois do princípio desta família em DOM SUEIRO BALFAGUER, conforme vimos acima, que deixou numerosa e ilustre descendência do seu casamento com D. MUNIA (ou MENAYA) RIBEIRO, descendente dos condes de Coimbra e, por varonia, descendente de SIZEBUTO, filho de WITISSA, penúltimo rei godo. SUEIRA e MINIA foram quarto avós de DOM GOMES ECHIGUES, que floresceu pelos anos de 1030. Homem de muito valor, combateu em Santarém onde, com sua lança, deteve o rei de Castela D. SANCHO e o venceu. DOM GOMES foi governador de toda a comarca de Entre Douro e Minho, por nomeação do rei D. FERNANDO, pelos anos de 1050. Comprou o lugar de Felgueiras, junto a Pombeiro, a Payo Moniz, pelo preço de dois bons cavalos, no mês de abril de 1039, e fundou o mosteiro de Pombeiro, de religiosos beneditinos, pelos anos de 1040. Próximo das terras de Pombeiro, estava o solar de Souza. DOM GOMES achava-se em Guimarães pelos anos de 1052 e deixou numerosa descendência do seu casamento com D. GONTRODE MONIZ, filha de DOM MUNIO FERNANDES DE TOURO, filho do rei D. FERNANDO DE CASTELA. Por este casamento, a família Souza entrou para o sangue real de Navarra, de quem descendem os reis de Castela e Portugal.

O Marco Patronímico Original da família Souza
Entre os filhos deste último nobre cavaleiro, registra-se DOM EGAS GOMES DE SOUZA, que foi o primeiro que usou este apelido Souza, na forma de nome de família, por ser nascido, criado e, depois, senhor das terras de Souza, também chamado Solar de Souza. Foi, ainda, senhor de Novella e Felgueiras e governador de toda a comarca de Entre Douro e Minho. Sendo Capitão-General, venceu em batalha, com muito valor, ao rei de Tunes, junto a Beja, o que lhe valeu o acrescento aos Bastões de Aragão, antiga composição de suas Armas, as quatro luas crescentes que o rei de Tunes trazia nas suas bandeiras. Considera-se que o brasão de armas abaixo reproduzido é o original da família Sousa.
 
               
                 
The PEDIGREE of
Fayao SOARES

 
HM George I's 25-Great Grandfather.       HRE Ferdinand I's 19-Great Grandfather.       `Osawatomie' Brown's 31-Great Grandfather.

 Wife/Partner:       (missing)
 Child:       Soeiro BELFAGUER
_________ _________ ________ ________ _____ _____ ___  
/ -- (missing)
/  
- Fayao SOARES
\  
\ -- (missing)
 

  His 2-Great Grandchild:       Gocoy `El Nonnato'
  His 6-Great Grandchildren:       Mem Veegas (Conde) de CASA de SOUZA   ;   Sancho Nunes de CELANOVA
 
The PEDIGREE of
Soeiro BELFAGUER

 
HM George I's 24-Great Grandfather.       HRE Ferdinand I's 18-Great Grandfather.       `Osawatomie' Brown's 30-Great Grandfather.

 Wife/Partner:       Menaya de RIBEIRA
 Child:       Hufo Soares BELFAGUER
________ ________ _______ _______ _______ ____ ____ ___  
/ -- Fayao SOARES
/  
- Soeiro BELFAGUER
\  
\ -- (missing)
 

  His 2-Great Grandchild:       Echeqa (Echiga) GUICOI
  His 5-Great Grandchildren:       Mem Veegas (Conde) de CASA de SOUZA   ;   Sancho Nunes de CELANOVA
The PEDIGREE of
Hufo Soares BELFAGUER

 
HM George I's 23-Great Grandfather.       HRE Ferdinand I's 17-Great Grandfather.       Geo Washington's 25-Great Grandfather.       `Osawatomie' Brown's 29-Great Grandfather.

 Wife/Partner:       Mendola de ESPANA
 Child:       Hufo HUFES
________ ________ _______ _______ _______ ____ ____ ___  
  / -- Fayao SOARES
/ -- Soeiro BELFAGUER
/  
- Hufo Soares BELFAGUER
\  
\ -- Menaya de RIBEIRA
 
 

  His 4-Great Grandchildren:       Mem Veegas (Conde) de CASA de SOUZA   ;   Sancho Nunes de CELANOVA
  

A History of Portugal

Early History

There is little direct filiation between the Portuguese of today and the early tribes who inhabited this region, although the Portuguese long considered themselves descendants of the Lusitanians, a Celtic people who came to the area after 1,000 B.C. The Lusitanians had their stronghold in the Serra da Estrela. Under Viriatus (2d cent. B.C.) and under Sertorius (1st cent. B.C.), they stoutly resisted the Romans (see Lusitania). Other tribes, such as the Conii in Algarve, submitted more readily. Julius Caesar and Augustus completed the Roman conquest of the area, and the province of Lusitania thrived. Roman ways were adopted, and it is from Latin that the Portuguese language is derived.

At the beginning of the 5th cent. A.D., the whole Iberian Peninsula was overrun by Germanic invaders; the Visigoths eventually established their rule, but in the north the Suevi established a kingdom that endured until late in the 6th cent., when they were absorbed by the Visigoths. Present-day Algarve was part of the Byzantine Empire during the 6th and 7th cent. In 711 the Visigoths were defeated by the Moors, who conquered the whole peninsula except for Asturias and the Basque Country. Muslim culture and science had a great impact, especially in the south. Religious toleration was practiced, but a large minority converted to Islam.

of_Portugal, Alfonso [11392] natural son of king John I

of_Portugal, Alfonso [11403]

of_Portugal, Alfonso I [11356] king of Portugal, 1128-1185 b.25_Jul_1110, Villa de Guimara, Braga, Portugal d.6_Dec_1185, Mosteiro Decelas, Coimbra, Portugal

of_Portugal, Alfonso II [11346] The Fat king of Portugal, 1211-1223 b.1185 d.1223

of_Portugal, Alfonso III [11345] king of Portugal, 1245-1279 b.5_May_1210 d.20_Mar_1279

of_Portugal, Alfonso IV [11341] The Brave king of Portugal, 1325-1357 b.8_Feb_1290 d.12_May_1357

of_Portugal, Alfonso V [11365] king of Portugal, 1438-1481

of_Portugal, Alfonso VI [11382] king of Portugal, 1656-1667

of_Portugal, Beatrice [11336] wife of John I, king of Castile

of_Portugal, Berengaria [11348] d.1221

of_Portugal, Catherine (Catherine Henrietta) [11384] b.25_Nov_1638, Vila Vicosa, Portugal m.21_May_1662, Portsmouth wife of Charles I, king of England d.31_Dec_1705, Palace of Bempos, Lisbon

of_Portugal, Charles I [11402] king of Portugal, 1898-1908

of_Portugal, Constance [11343] m.1301 wife of Ferdinand IV, king of Castile and Leon d.17_Nov_1313

of_Portugal, Diniz [11342] The Farmer King king of Portugal, 1279-1325 b.12_Oct_1261 d.7_Jan_1325

of_Portugal, Edward [11369] king of Portugal, 1433-1438

of_Portugal, Eleanor [11339] wife of Pedro IV, king of Aragon

of_Portugal, Eleanor [11367] wife of Emperor Frederick III

of_Portugal, Ferdinand [11337] king of Portugal, 1367-1383

of_Portugal, Ferdinand [11390]

of_Portugal, Ferdinand [11391]

of_Portugal, Henrique [11349] b.5_Mar_1147 d. before 1156

of_Portugal, Henry [11370] (Henry the Navagator)

of_Portugal, Henry I [11332] count of Portugal b.1035 d.1_Nov_1112

of_Portugal, Isabella [11373] wife of Philip the Good, duke of Burgundy

of_Portugal, James [11389]

of_Portugal, Joanna [11368] wife of Henry IV, king of Castile

of_Portugal, Joao [11354] b.1156

of_Portugal, John [11371]

of_Portugal, John [11387]

of_Portugal, John I [11374] (John of Avis) king of Portugal, 1383-1433

of_Portugal, John II [11364] king of Portugal, 1481-1495

of_Portugal, John IV [11385] king of Portugal, 1640-1656

of_Portugal, John V [11381] king of Portugal, 1706-1750

of_Portugal, John VI [11400] king of Portugal, 1816-1826

of_Portugal, Joseph [11379] king of Portugal, 1750-1777

of_Portugal, Joseph [11399]

of_Portugal, Louis I [11405] king of Portugal, 1861-1889

of_Portugal, Mafalda [11350] b.1149 m.30_Jan_1160 wife of Alfonso II, king of Aragon d.1173/1174

of_Portugal, Manoel II [11401] king of Portugal, 1908-1910

of_Portugal, Maria [11340] m.1328 wife of Alfonso XI, king of Castile and Leon d.1355

of_Portugal, Maria I [11378] queen of Portugal, 1777-1816

of_Portugal, Maria II [11407] queen of Portugal, 1826-1828 and 1834-1853

of_Portugal, Miguel [11408] king of Portugal, 1828-1834

of_Portugal, Pedro [11338] The Severe king of Portugal, 1357-1367 b.1320 d.1367

of_Portugal, Pedro II [11383] king of Portugal, 1667-1706

of_Portugal, Pedro III [11380] king of Portugal, 1777-1786

of_Portugal, Pedro IV [11409] king of Portugal, 1826

of_Portugal, Pedro V [11404] king of Portugal, 1853-1861

of_Portugal, Sancha [11352] b.1153 d. after 14_Feb_1159

of_Portugal, Sancho I [11353] The Colonizer king of Portugal, 1185-1211 b.11_Nov_1154 d.26_Mar_1212, Coimbra, Portugal

of_Portugal, Sancho II [11344] king of Portugal, 1223-1245 d.1248

of_Portugal, Teresa [11347] m.15_Feb_1191, annuled wife of Alfonso IX, king of Leon and Castile d.1250

of_Portugal, Teresa [11355] b.1157 m.Aug_1183/1184 wife of Philip I, count of Flanders m.Feb_1194 wife of Eudes III, duke of Burgundy d.12_May_1218

of_Portugal, Teresa [11357] b.ca.1113 wife of Sancho Nunez de_Barbosa wife of Bermudo Perez

of_Portugal, Theodosio [11386]

of_Portugal, Theodosio [11388]

of_Portugal, Urraca [11351] b.1151 m.1160, Leon wife of Fernando II, king of Leon d.16_Oct_1188, Leon

of_Portugal, Urraca [11358] b.ca.1113 wife of Bermudo Perez de_Trastamare

Vasco Martins de Sousa e as beetrias  em Portugal

Fátima Regina Fernándes1

1Universidade Federal do Paraná  - CNPq,  Brasil

Resumen: Vasco Martins de Sousa y las behetrías en Portugal. El análisis de la  alta nobleza portuguesa en la baja Edad Media, desde un punto de vista prosopográfico aporta conclusiones muy interesantes para posibles temas. El caso de Vasco Martins de Sousa, miembro de uno de los linages más antiguos e importantes del reino portugués, nos permite abordar el tema de las behetrías en Portugal, en función de un estudio concreto. Analizaremos las especificidades da su relación con el rey y con las leyes generales, en tanto señor de un patrimonio que incluye importantes territorios. De tal manera, se pretende desarrollar conclusiones que demuestren las notas distintivas del poder y de las rentas a las que están sujetos los señores de este tipo de patrimonio en Portugal, a fines de la Edad Media.

Palabras Clave: behetrías - señorialización - prosopografía - nobleza medieval

Summary: Vasco Martins de Sousa and the behetrías in Portugal. The analysis of  Portuguese high nobility during the low Middle Ages, using the prosopographic methodology, results in conclusions rich in potential topics. The case of Vasco Martins de Sousa, a member of the oldest and most important lineage in the Portuguese  kingdom, allows us to study the theme of the behetrías in Portugual, in the light of a specific case. We will analyse the specificities of its relation to the king and the general laws, bearing in mind that the king is the owner of a patrimony  that involves important portions,  whose juridical nature we can classify as behetrías. The analysis of the chancellery and cronical sources enables us to confront the juridical model, generic, with a particular case, resulting in conclusions which demonstrate the specificities of power and  collections to which were subject those who owned this kind of patrimony in Portugal at the end of  medieval times.

Key Words: Behetrías - Señorialización - Prosopografía - Nobleza medieval

Résumé: Vasco Martins de Sousa et les behetrías au Portugal. L'analyse de la haute noblesse de la fin du Moyen Âge du point de vue prosopographique a fourni des conclusions très intéressantes dans des domaines variés. Le cas de Vasco Martins de Sousa, membre d'un des lignages les plus anciens et importants du royaume portugais, nous permet d'aborder le thème des "behetrías" au Portugal, à partir d'une étude concrète. On analysera les spécificités de son rapport avec le roi et avec les lois générales, en tant que seigneur d'un patrimoine incluant de vastes territoires. De cette manière, on prétend tirer des conclusions qui montrent les caractéristiques distinctives du pouvoir et des rentes auxquelles étaient assujetis les seigneurs de la haute noblesse au Portugal, à la fin du Moyen Âge.

Monts-Clébehetrías - seigneurie - prosopographie - noblesse médiévale

   Trataremos, neste trabalho, de um nobre da mais alta estirpe, natural do reino português, filho ilegítimo de uma influente linhagem portuguesa, Vasco Martins de Sousa. Buscaremos analisar o sentido da sua trajetória, junto à Corte régia portuguesa. O peso das suas alianças interlinhagísticas e os critérios que determinam sua ascensão ou decadência no reino português. Análise que nos encaminha para as relações senhoriais e jurisdicionais do senhor Vasco Martins com os moradores das terras que recebe em préstamo. Territórios concentrados na comarca de Trás-os-Montes, em boa parte privilegiados com a liberdade de escolher seu próprio senhor, ou seja, beetrias.
   Tal estudo, disporá de uma  breve introdução contextual e uma análise da evolução da linhagem dos Sousa, especialmente do ramo a que pertence Vasco Martins, desde o século XIII. No entanto, naturalmente centralizamos a análise no recorte dos reinados de D. Pedro I (1357-1367), D. Fernando (1367-1383) e princípios do reinado de D. João I (1385-1433), época na qual viveu Vasco Martins.

Introdução contextual

   Podemos considerar a segunda metade do século XIV, como um período de crescente pressão política da parte do reino francês e castelhano, em relação ao reino português, no sentido de promover  uma  clarificação da sua posição no contexto da Guerra dos cem anos, que então transcorria. A França patrocina a ascensão de Henrique Trastâmara ao trono castelhano, o que gera uma guerra civil em Castela. Guerra que surge e se desenrola na periferia e em decorrência dos interesses em jogo da guerra entre França e Inglaterra. À partir de 1369, data em que o rei legítimo de Castela, Pedro, o Cruel é assassinado em Montiel, disputarão o trono castelhano, um seu meio-irmão, Henrique Trastâmara e o rei português, D. Fernando. A este é oferecido o trono de Castela, pelos "emperegilados", especialmente galegos, liderados por Fernando Peres de Castro[1]. Exilados em Portugal desde a morte de seu rei, estes apoiantes "pró-petristas", serão o álibi de D. Fernando para manifestar seus desejos de expansão de sua influência em relação ao reino vizinho[2] .
   Durante o reinado de D. Fernando,  o reino português atravessa  três  guerras contra o eixo franco-castelhano, devido ao abandono de uma política de neutralidade, promovida até então, pelo rei,  D. Pedro I. A seu filho, D. João I de Avis, irmão de D. Fernando,  só resta seguir conduzindo o processo político que envolve a ascensão de uma nova dinastia, num contexto ainda de rescaldo das alterações geo-políticas da Europa ocidental, resultantes da Guerra dos cem anos.            

Antecedentes: os Sousa no século XIII

   Vasco Martins de Sousa é filho bastardo de Martim Afonso Chichorro com a abadessa de Arouca, Aldonça Eanes de Briteiros. Pertence ao ramo dos Sousa Chichorros, um dos ramos dos Sousa, cuja sobrevivência, na segunda metade do século XIII, só é possível pela linha feminina, garantida pela ligação com um dos bastardos do rei Afonso III[3]. É, no entanto, membro, ainda que ilegítimo, de uma linhagem que tem suas origens mais longínquas e com continuidade, no reino portugues[4].
   Vasco Martins de Sousa está, assim,  ligado a um dos ramos em que se subdividem os Sousa na segunda metade do século XIII, o dos Chichorros. O ramo mais débil que tem sua origem numa das duas filhas herdeiras de Mem Garcia de Sousa, Maria Mendes de Sousa, que ligar-se-á, após ter sofrido o incesto de um seu irmão, a Lourenço Soares de Valadares. Desta união nascerá Inês Lourenço, a qual consorciar-se-á com um dos bastardos que Afonso III tem de uma moura, Martim Afonso Chichorro (I), ainda que o rei D. Duarte, bem mais tarde, tenha conseguido provar que a mãe de Martim Afonso Chichorro (I) era mulher cristã, portuguesa, honrada, chamada Mayor Afonso[5]. Desta união nasce Martim Afonso Chichorro (II) que faz em Aldonça Eanes de Briteiros, abadessa do mosteiro de Arouca, o dito Vasco Martins de Sousa[6].  Logo, Vasco Martins de Sousa seria  bisneto do rei D. Afonso III.
   Lourenço Soares, o pai de Inês Lourenço,  será casado em segundas núpcias, com Sancha Nunes de Chacim, de quem terá outras filhas, duas das quais serão futuras mães de outras individualidades do reino. Senão vejamos: Berenguela Lourenço, mulher de Afonso Martins Teles e mãe de Martim Afonso Teles e João Afonso Teles. Outra filha de Lourenço Soares, Aldonça Lourenço, tem com Pedro Fernandes de Castro, dois filhos naturais: Álvaro Pires de Castro e Inês de Castro, avó, portanto dos Infantes João, Dinis e Beatriz de Castro. Observamos, assim, que as filhas de Lourenço Soares de Valadares constituem um rico manancial de descendentes legítimos e ilegítimos da alta nobreza portuguesa já na primeira metade do século XIV[7].
   A mesma situação de união com bastardos de D. Afonso III  se repetirá dentro desta mesma linhagem, dando origem a outro ramo dos Sousa, que futuramente se designará como o dos Arronches. Para além destes dois casos, já se tinha observado a união matrimonial de Leonor Afonso, também bastarda de Afonso III, que casar-se-á sucessivamente com dois representantes desta linhagem, Estevão Eanes de Sousa e Gonçalo Garcia de Sousa. Os bastardos do rei D. Afonso III, cumprem um papel, sem dúvida fundamental, na sedimentação da estrutura nobiliárquica do reinado de seu pai. Unir-se-ão com as descendentes das mais antigas linhagens como a dos Sousa, no sentido de dar legitimidade à própria Casa régia afonsina, proveniente de um secundogênito, alçado ao trono com algumas resistências[8].
   No entanto, estas alianças interlinhagística não serão suficientes para garantir a continuidade deste ramo dos Chichorros. O filho primogénito de Inês Lourenço e Martim Afonso, Martim Afonso Chichorro (II) não deixará descendência legítima. O seu único descendente natural será Vasco Martins de Sousa, que agora estamos analisando, o qual, por sua vez, extingue, por carência de descendentes, o seu ramo de linhagem. Nos fins do século XIV, os Sousa Chichorros constituem um ramo mantido ilegitimamente, membros débeis de uma linhagem em flagrante decadência biológica[9].

Vasco Martins e seu tempo

   Ainda que se constitua numa linhagem debilitada, do ponto-de-vista da continuidade biológica, não podemos descurar das ligações interlinhagísticas inerentes ao  indivíduo, Vasco Martins de Sousa.
   Por nascimento, Vasco Martins é um bastardo, mas seu pai, Martim Afonso de Sousa é primo de João Afonso Teles, conde de Barcelos e grande privado da Corte, de D. Afonso IV até D. Fernando. Seu pai, era ainda, primo de Álvaro Peres de Castro e Inês de Castro, ou seja, primo do principal apaniguado e da mulher do infante D. Pedro, respectivamente. Ele próprio, Vasco Martins de Sousa, é primo de Leonor Teles, rainha de D. Fernando, além de primo dos infantes João, Dinis e Beatriz de Castro. Não estava, propriamente desamparado.
   Vasco Martins de Sousa, foi  criado do rei D. Pedro I, ainda quando este era Infante e tal era a proximidade com a coroa, que em 1341 é o próprio D. Pedro, o fiador das arras que Vasco Martins deve dar a sua noiva, Inês Dias Manuel. O rei D. Afonso IV preside, ele próprio, à cerimônia de casamento deste seu servidor[10]. A mulher de Vasco Martins, é prima de Constança Manuel, mulher de D. Pedro I. Vasco Martins, por casamento, tornava-se, assim,  primo de D. Pedro I e de seu filho, D. Fernando.
   É um rico-homem e chega a chanceler-mor do rei D. Pedro I[11], de quem  receberá, a 18 de outubro de 1357, os bens de Pero Coelho, um dos assassinos de Inês de Castro, prima de seu pai[12]. Estará presente na reunião de Cantanhede, em junho de 1360, acompanhando a exposição das testemunhas de confirmação da união de Pedro I  e Inês de Castro[13].
   Logo nos inícios do reinado de D. Fernando, entre 1368 e 1369, é beneficiado com Trenha e Atey ―no almoxarifado de Guimarães―, terra de Aguiar de Pena ―almoxarifado de Chaves―, Penaguião, o foro de Godim (Cedim),  Gestaço,  a portagem de Amarante e Borba de Gulheris[14], o que reflete a sua permanência na cúpula de poder. Além disso, a localização geográfica dos seus benefícios régios, anuncia uma concentração na comarca de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes, região, de resto, da qual é originária a linhagem dos Sousa.
   Durante a primeira guerra de D. Fernando com Castela, entre 1369-1371,  auxilia os infantes João e Dinis de Castro, seus primos, na defesa da frontaria de Entre-Tejo-e-Odiana[15]. Além destas escaramuças no sul, as grandes movimentações de entrada e saída do invasor castelhano e do próprio D. Fernando, nesta guerra, fazem-se pelo Minho e Trás-os-Montes[16], peloque, podemos inferir da participação de Vasco Martins, senhor de lugares nestas comarcas[17].
   É beneficiado em janeiro de 1375, com a terra de Jurdim, no almoxarifado de Guimarães[18]. No entanto, a 13 de setembro de 1375, uma carta régia exarada de Moledo, transfere as terras de Vasco Martins de Sousa para João Afonso Pimentel, sob acusação de que Vasco Martins teria  praticado malfeitorias nas mesmas[19].
   De fato, a aplicação de uma política de concessões à nobreza, conduzida por D. Fernando, acabara por criar hábitos abusivos, por parte desta,  no que tange à administração local. Situação que leva o rei portugues, especialmente entre 1371-75,  a voltar-se para uma ordenação legislo-administrativa do reino. Várias medidas de caráter legal serão enunciadas, visando conter a apropriação de direitos dominiais e uso indevido da jurisdição concedida pelo rei aos senhores, nas terras e lugares que estes  recebem em benefício.
   Dentre as medidas empreendidas, podemos citar a defesa contra os préstamos, uma provisão datada de 1371, que autorizava os Concelhos a não pagarem préstamo aos privilegiados, se este direito não fôsse reconhecido pela autarquia[20]. Os préstamos, aprestamos ou prestemos, constituem, nas palavras de Viterbo,

Consignação de certa quantia de frutos ou dinheiros, imposta em algum terreno ou cousa rendosa, e destinada para sustento e manutenção de alguma pessoa ou pessoas [...]. Desta prestação se comunicou algumas vezes o nome de "aprestamo" à quinta, propriedade ou casal, que está onerado com esta pensão[21]

   Esta provisão de 1371 é aprofundada na providência sobre usurpações e abusos de jurisdição[22], exarada em Braga, a 17 de agosto de 1372, a  qual devolve aos concelhos, a jurisdição criminal dos lugares que, antes de passarem ao dominio senhorial,  tenham sido termos de concelhos. Estabelece, ainda, a possibilidade do retorno destes lugares, à sua condição original, caso se comprovassem extorsões.
   Ainda que fôssem muito comuns as isenções aos princípios legais gerais régios, nota-se uma preocupação de D. Fernando em estancar as vias de perpetração de abusos, da parte dos senhores à nível local, especialmente em relação aos municípios e seus termos, lugares limítrofes com os senhorios.
   Outra lei, a de jurisdição dos fidalgos[23], de 3 ou 13 de setembro de 1375[24], dá continuidade a esta iniciativas régias. Busca promover a contenção de extorsões do foro jurisdicional, por parte dos fidalgos, nas terras e lugares que tenham recebido, na forma de doações régias.
   Cumpre refeir ainda, a lei sobre as malfeitorias dos fidalgos[25] emitida por D. Fernando, em data desconhecida, a qual visava pôr cobro aos roubos e extorsões perpetrados pelos senhores e suas comitivas nas terras e lugares onde pousavam. A pena, no caso de reincidência da trangressão, implicava na perda de todos os bens, próprios e recebidos do rei[26].

E no que tange outro sy aas pessoas de cada huu dos ditos Condes, e  Almirante, e riquos homees, seendo em culpa d'alguus dãpnos, ou malfeitorias das sobreditas, mandamos, e estabelecemos, que pola primeira vez por qualquer cousa, que seja filhada per qualquer de sua companha per seu consentimento, de dez libras acima contra a nossa defesa, e Hordenaçom, se nom pola maneira suso dita, que pola primeira vez percam as quitaçooes, que de nós teem, e paguem o seis dobro do que assy for filhado [...] e pola segunda vez percaõ as Terras, e Lugares, que de nós teverem, e ouverem, per qualquer guisa, e titulo, que as tenham; e outros seus bees proprios, que ouverem, sejam tomados, e apricados aa Coroa do Regno de tamanha  conthia[27]

   Esta lei das malfeitorias refere, como desvio, o desrespeito em relação à "nossa defesa, e Hordenaçom", referindo-se certamente à defesa contra os préstamos, de 1371.
   Sem esgotar as medidas legais emitidas por D. Fernando, poderíamos citar  ainda duas outras, como a de revogação dos padroados[28] e a lei das Sesmarias[29], ambas de maio de 1375.
   Vasco Martins pode ter sido atingido por qualquer destas leis. Todas têm objetivos complementares e visam arbitrar disputas, especialmente jurisdicionais, entre os senhorios e os concelhos e os senhores e suas terras. Quanto à estrutura, a lei de malfeitorias e a de jurisdição dos fidalgos, são muito semelhantes. Estabelecem condições variáveis de aplicação das penas e das isenções,  conforme o estatuto dos indivíduos por ela atingidos[30]. A de jurisdição dos fidalgos é emitida em nome da rainha Leonor Teles, na sua terra de Atouguia, a 13 de setembro de 1375[31]. Na mesma data do confisco de Vasco Martins de Sousa. Confisco este, promovido em Moledo, próximo a Atouguia. A lei de malfeitorias dos fidalgos, cuja matéria rege abusos senhoriais, próximos dos quais Vasco Martins é acusado, não deve ser posterior ao seu confisco. O que leva-nos a concluir que, para além da proximidade estrutural das duas leis, há uma coincidência de datas e de localidades, onde são emitidas: a 13 de setembro de 1375, em Atouguia, simultaneas entre si e provavelmente relacionadas ao confisco de Vasco Martins de Sousa.
   Outro elemento a ser considerado é que o beneficiado com as terras de Vasco Martins é cunhado e fiel servidor de Da. Leonor Teles, João Afonso Pimentel, nobre com interesses já estabelecidos na comarca de Trás-os-Montes[32]. É, portanto, um confisco que beneficia a rede de dependentes da rainha, ao mesmo tempo que redime a imagem do rei frente às queixas do povo.
   A questão que nos fica, após estas reflexões, é: por que tanta eficiência e presteza na aplicação da lei? Muitos outros nobres perpetraram abusos nas suas terras, durante toda a Idade Média em Portugal e não tiveram castigo tão exemplar[33]. Sua pena corresponde à de um traidor do reino, que troca a fidelidade de seu rei pela de outro rei estrangeiro. Não encontramos vestígios de que seja esta a situação de Vasco Martins. Além disso, a carta que transfere seus bens, refere que ele perdia suas terras por ter praticado malfeitoria nas mesmas[34]. A resposta a esta questão parece estar mais próxima da análise da natureza dos bens que Vasco Martins perde, do que à sua atuação individual. Senão vejamos.
   Cerca de dois anos depois do confisco, a 1 de abril de 1377, Vasco Martins volta a ser beneficiado, ainda que de uma maneira modesta. Recebe as rendas e serviços da terra de Mortágua, próximo ao Mondego, sendo que a posse da mesma, continua sendo de sua senhora original, a infanta Beatriz, filha do rei D. Fernando[35].
   No ano de 1378, outra carta régia refere a concessão da isenção de um maravedi, devido ao rei, de uma quinta nos termos da vila de Chaves, a qual se encontrava na posse de Vasco Martins[36].
   Ao que tudo indica, Vasco Martins promoverá ainda,  novos abusos em relação à esta última concessão. No final do reinado de D. Fernando, a 3 de dezembro de 1383,  uma carta régia refere que Mortagua é-lhe devolvida, depois de lhe ter sido confiscada, em data desconhecida,  pela defesa geral contra os préstamos[37], provisão já acima referida.
   Não há qualquer notícia de que Vasco Martins tenha sido reinvestido em seus bens confiscados em 1375, durante o restante do reinado de D. Fernando.

Vasco Martins e as beetrias

   Há um enorme silêncio quanto à sua participação nos sucessos de dezembro 1383, até abril de 1385, quando nas cortes de Coimbra, aparece como uma testemunha fundamental  da ilegitimidade da infanta Beatriz, filha de D. Fernando e Da. Leonor Teles[38].
   Vasco Martins é o primeiro nome que consta nos autos das ditas Cortes, como membro da nobreza. É uma das testemunhas chamadas a jurar sobre o Evangelho, atestando a validade da dispensa eclesiástica que legitima o primeiro casamento de Leonor Teles com João Lourenço da Cunha[39]. Tal testemunho fazia da rainha Leonor Teles, bígama, ao aceitar casar-se com o rei D. Fernando. Nas mesmas Cortes, são ainda chamados a testemunhar, entre outros, Vasco Pires Bocarro, abade de São Julião de Montenegro de Chaves, na altura pertencente ao arcebispado de Braga e o cavaleiro Gil Martins Cochofel, os quais juram  reconhecer que D. Fernando era cunhado de Leonor Teles[40]. Duas condições que  fazem da Infanta Beatriz, fruto desta união, duplamente ilegítima.
   Partidário do mestre de Avis, Vasco Martins testemunhará, ainda, juntamente com Diogo Lopes Pacheco, nas mesmas Cortes, a ilegitimidade e infidelidade dos infantes Castro, seus primos, frente ao reino portugues[41].
   Vasco Martins tinha sido bem próximo do rei D. Pedro I, o que conferia a seus testemunhos, uma validade e veracidade ainda maior.  Participara da reunião de Cantanhede, na qualidade de chanceler-mor do reino, conforme já acima referimos, condição que parecia conferir-lhe um natural assentimento quanto à legitimidade dos infantes, seus primos. No entanto, nestas Cortes de Coimbra, Vasco Martins não nega o possível casamento, mas atesta o dívido de parentesco do rei D. Pedro I com Inês de Castro, confirmando que Inês era prima de D. Pedro[42]. Tal condição tornava este casamento, mesmo que tenha acontecido, ilegítimo, caracterizado por uma relação incestuosa, visto não dispôr de dispensa eclesiástica. Condição que tornava os infantes Castro, ilegítimos.
   Fernão Lopes refere ainda, Vasco Martins como testemunha das infidelidades dos  mesmos infantes Castro ao reino portugues, reforçando esta imagem com os males que perpetraram em terras portuguesas.  No discurso do Dr. João das Regras, segundo Fernão Lopes, está contida tal acusação aos infantes Castro,

Delles viinrem comtra estes rreinos, notorio he a todos, como o Iffãte dom Denis em tempo del Rei dom Fernãdo veo em companha del Rei dom Hemrrique, armado com gemtes emtrando pello rreino ataa Lixboa, fazemdolhe guerra per fogo e rroubo, matamdo e destruimdo quamto podiam. E isso meesmo o Ifamte dom Joham, em companhia deste Rei de Castella  que hora he, com gemtes, e per seu mamdado veo çercar Tramcoso, e o teve çercado combatedoo per alguus dias; e quamdo etrou ao rreino em Vall de lla Mulla, desnaturousse poemdo fogo com sua maão; e desi veo çercar Ellvas, e amdou pello rreino fazendo muita guerra[43]

   A data exata da realização das Cortes de Coimbra, é uma incógnita, no entanto, estudos suficientemente avalizados nos indicam as seguintes balizas cronológicas, como as mais prováveis: meados de março a meados de abril de 1385.  A aclamação de D. João I , teria ocorrido , à volta de 6 de abril[44]. Ora, já a 3 de abril de 1385, Vasco Martins é confirmado na posse de bens que lhe tinham sido anteriormente concedidos como Penaguião, Gestaço e Mortagua. Doação reconhecidamente feita por D. Fernando, à qual D. João I confirma, com a ressalva de que o faz, desde que as mesmas terras já não tenham sido dadas a outrem[45]. Na justificativa da concessão, alega-se os muitos serviços prestados por Vasco Martins a D. João I e o dívido de parentesco que tinha com o pai deste, o rei D. Pedro I.  Alegação, de resto, que dava credibilidade ainda maior  às suas declarações.
   Quanto aos serviços prestados, fica claro, que a confirmação da concessão já anteriormente feita por D. Fernando, reinstituindo Vasco Martins, representa uma recompensa à fidelidade à causa do Mestre, especialmente nas ditas Cortes. D. João I reinveste, assim, Vasco Martins, nos bens confiscados.
   No entanto, é interessante observarmos que Vasco Martins é reinvestido através de uma concessão condicionada, ou seja,  desde que os bens concedidos, ainda não houvessem sido dados a outrem.  Ora, o beneficiado com o confisco de 1375, João Afonso Pimentel, teria sido investido, inclusive, na posse de Gestaço e Penaguião, na medida em que recebera, indiscriminadamente as terras que tinham pertencido a Vasco Martins. Terras que, em 1385 estavam sendo  devolvidas a Vasco Martins. No entanto, à data desta última carta de 1385, estes mesmos bens ainda estavam com João Afonso Pimentel, pois  em maio de 1386,  o próprio D. João I  confirma-o na posse das terras e julgados de Penaguião, Godim e Gestaço[46]. Em 1389 , João Afonso Pimentel, recebe ainda, a confirmação do recebimento das jurisdições dos mesmos lugares[47].
   João Afonso Pimentel, tal como Vasco Martins,  tornara-se um fiel apoiante de D. João I de Avis, especialmente na comarca resistente de Trás-os-Montes. Pelo menos, até 1398, quando também ele é referido como traidor do reino e condenado a perder seus bens, incluindo os que haviam sido de Vasco Martins. Bens que, só nesta altura, em 1398, são transferidos a terceiros[48]. Logo, ao que tudo indica, Vasco Martins de Sousa, não usufrui da concessão régia de abril de 1385, na medida em que os bens envolvidos já haviam sido concedidos a João Afonso Pimentel, na posse de quem, continuarão, até uma data posterior à da morte de Vasco Martins. As confirmações de D. João I a João Afonso Pimentel, de 1386 e 1389, parecem ser a resposta a uma questão de disputa de posse dos mesmos bens, por parte deste, de Vasco Martins e mesmo de seus herdeiros, visto que em 1389 este último já havia falecido. Ao que tudo indica, valeu, afinal, a ressalva da concessão de 1385, na medida em que as terras já tinham sido dadas a João Afonso Pimentel e, portanto, não poderiam ser sequer devolvidas a seu senhor original, Vasco Martins de Sousa, mesmo que fôsse conselheiro do próprio rei  D. João I[49].
   Vasco Martins vem a falecer, entre os fins de 1386 e princípios de 1387, sem deixar descendentes diretos.
   Uma carta de 24 de janeiro de 1387, refere que Vasco Martins de Sousa, enquanto vivo, fôra o senhor eleito de Amarante[50]. Condição que faz desta vila uma beetria.
   O historiador oitocentista, Fr. Manoel dos Santos, vai buscar a origem etimologica do termo em Mariana, na sua Historia Geral. Retira desta obra que, beetria vem do grego Hetaeria e significaria "(...) buena compañia, y hermandad (...) govierno popular con igualdad, y como entre hermanos"[51].
   Oliveira Marques define as beetrias como, 

territórios de extensão variável, cujos habitantes tinham o privilégio de eleger senhor que os defendesse e protegesse, guardasse as liberdades adquiridas [...]. O que vai caracterizar, porém, a  beetria, é o facto de nunca se ter perdido a noção primitiva de liberdade de escolha do protector, afirmada sempre aquando da sua morte, ou da violação dos direitos dos habitantes[52]

   Fr. Manoel dos Santos e Oliveira Marques são unânimes em assentar  a origem das beetrias nos pactos de benfeitoria (benefactoria), leoneses e castelhanos[53].  Segundo Oliveira Marques, "Surge, assim, uma classe numerosa de camponeses livres que transmitem a um senhor o domínio directo das respectivas herdades, em troca de protecção e auxílio, comprometendo-se ao pagamento de certas prestações"[54]. São os malados, descendentes da família originária de patrocinados, que constituirão a base dos moradores das beetrias, as quais, nos séculos XII a XV, são já identificadas como estatuto jurídico. No entanto, muitas localidades tornam-se beetrias por iniciativa régia, especialmente as que precisavam de um incentivo maior, para desenvolverem suas potencialidades.
   Fr. Joaquim de Santa Rosa de Viterbo esclarece-nos quanto às beetrias, identificando-as simplesmente como, "...povo livre que pode escolher senhor todas as vezes que quizer"[55].
   António Caetano do Amaral também esclarece-nos que segundo Du Cange, as beetrias, podem ser identificadas como, behetrias, beatrias, byatrias e mesmo benefactorias e constituem territórios privilegiados. Quanto ao privilégio que envolvem,

...o privilegio, que essencialmente constituia as Behetrias não pertencia tanto aos senhores dellas, como às povoações, e seus habitantes, aos quaes os Soberanos o concedião em premio, e recompensa de suas acções militares, e que ao mesmo tempo servia de estímulo para augmento da população; consistindo em "não terem estas povoações, nem lhes serem dados, ou confirmados pelos Reis outros senhores, senão os que elles juntos em Concelho com os juízes, officiaes, e homens bons do mesmo Concelho elegessem, e cuja eleição regularmente era só pelo tempo de vida de cada hum, ou em quanto cumprisse as condições, que no acto da mesma eleição se estipulavão"[56]

   Amaral cita-nos como beetrias concedidas por D. Afonso Henriques:  Satão, Freixo, Linhares, Unhos, Trancoso, Celorico da Beira, Moreira, Marialva e Aguiar da Beira. Por D. Sancho I: Gouveia da Beira, Felgosinho, Penedono, Castreiça, Guarda e Vila Franca das Naves. Da iniciativa de D. Afonso II: Valença do Minho. D. Sancho II, Lamas de Orelhão, Idanha-a-Velha e Salvaterra do Estremo. Concedidas por D.Afonso III: Viana do Castelo, Prado e Caminha. Por D. Dinis,  Caminha (novamente concedida) e Vila Nova de Cerveira.  E D. Fernando, em janeiro de 1374 dá ao nobre transmontano, João Rodrigues Portocarreiro[57], o mesmo privilégio ao seu couto de Resende, o qual torna-se na verdade, a "...unica Beatria familiar, ou d'entre parentes, que em Portugal havia achado, conhecida, com exercício" , pois após a morte de João Rodrigues, os moradores deveriam escolher para seu novo senhor, alguém da mesma linhagem dos Portocarreiro[58].
   Também seriam beetrias, segundo Amaral, Britiande, Várzea da Serra, Omézio, Campo Benfeito, Timxe (Tixem), Canaveses e Louredo, o Velho[59]. Fr. Manoel dos Santos completa a lista com Tuias (Tuyas), Gontigem, Santo Isidoro, Paços de Gajolo (Goyelo) e Gallegos[60]. Oliveira Marques refere algumas destas, sem acrescentar qualquer outra localidade, mas identifica as três regiões que concentram beetrias em Portugal no Entre-Douro-e-Minho, Trás-os-Montes e Beira[61].
   É, sem dúvida, um privilégio bastante difundido nos primeiros reinados portugueses mas que aos poucos parece ir perdendo força. Em comum, ao que parece, é a concessão de liberdades, como a de escolher seu senhor, que as proteja e defenda, frente a interesses concorrentes e externos. Liberdades que estes lugares conservariam ciosamente. Mesmo frente ao seu próprio senhor eleito, caso não cumprisse adequadamente suas funções.

   Vasco Martins de Sousa , senhor eleito de Amarante, após sua morte, é substituído, por eleição, por Frei Álvaro Gonçalves Camelo, prior do Crato e marechal de D. João I.  Numa  mesma carta, confirma-se a eleição e o direito de beetria, à vila de Amarante[62].
   Terá se constituído enquanto herdeiro de Vasco Martins , um indivíduo de nome, Martim Afonso de Sousa, o qual usará de uma administração igualmente abusiva em relação aos bens patrimoniais herdados[63].  Em carta  de 16 de novembro de 1401, refere-se que este Martim Afonso de Sousa, era o senhor eleito de uma honra, Ovelha, a par do julgado de Gestaço. Terra que vende a outrem, desrespeitando o direito dos moradores de escolherem seu senhor. Estes últimos elegem, como seu substituto, D. Afonso, conde de Barcelos, como seu novo senhor e conseguem confirmação régia de tal eleição.
   Ora, se este Martim Afonso era realmente herdeiro de Vasco Martins, isto leva-nos a pensar que, em vida, Vasco Martins fôra, também ele, senhor eleito desta beetria. De fato, a bibliografia que fala do tema, aponta-nos Ovelha, em Trás-os-Montes, como uma das beetrias remanescentes no reino portugues, no século XV[64].
   Poderíamos ser levados a concluir que, Vasco Martins de Sousa devia gozar de grande popularidade a nível local. Afinal, fôra senhor eleito de Ovelha, Amarante, e sabe-se lá, de onde mais. Talvez de todas as terras que recebera em vida. No entanto, devemos refletir que estas beetrias e mesmo a maior parte de suas terras em Trás-os-Montes coincide com os territórios de origem da linhagem dos Sousa. Situação que torna um descendente, ainda que ilegítimo dos Sousa, uma escolha prioritária, quando da eleição do senhor das localidades com privilégio de beetria. Semelhante ao caso já acima referido de João Rodrigues Portocarreiro no couto de Resende. O que faria das beetrias de Vasco Martins, beetrias familiares, como as do Portocarreiro. Assim, reconhecendo a origem do estatuto jurídico de beetrias, apresentada por Oliveira Marques, podemos concluir que, os moradores das beetrias de Vasco Martins seriam os descendentes dos malados dos Sousa.
   Outra conclusão importante, ligada à penalização de Vasco Martins, atingido pelas medidas legislativas de D. Fernando, é a de que, a condição de senhor eleito, que promove malfeitorias ou cobranças indevidas de préstamos é mais gravemente cobrada do que aquela de um senhor imposto pelo rei[65]. Daí o rigor excessivo, na aplicação, seja da lei das malfeitorias, seja a de jurisdição dos fidalgos ou mesmo da defesa contra os préstamos, em relação a Vasco Martins, em 1375. Conclusão que não invalida o aproveitamento do recurso patrimonial de Vasco Martins, por parte da rainha Leonor Teles, para benefício de sua ampla rede de dependentes diretos.
   Além disso, verificamos que, no século XIV,  pelo menos nos reinados de D. Fernando e D. João I, estes territórios que primam por suas liberdades, ainda vêem seus direitos reconhecidos junto a estes reis.

Notas

Valadares (de), Lourenco Soares conselheiro Sexe: Masculin
Note
Famille:
Conjoint:
Chacim (de), Sancha Nunes Sexe: Féminin
 
Enfant(s):
Valladares (de), Berenguela Lourenço
Valladares (de), Aldonza
 
Famille:
Conjoint:
Souza (de), Maria Mendes Sexe: Féminin
Parents:
Père: Souza (de), Mem Garcia fidalgo e conselheiro
Mère: Lima (de), Tereza Anes
 
Enfant(s):
Valadares (de), Inês Lourenço
 

Bourgogne (de), Afonso rei de Portugal 5 Sexe: Masculin
Naissance : 05 mai 1210 à Coimbra
Décès : 16 février 1279 à Lisboa
Inhumation : Mosteiro de Alcobaça
Parents:

Père: Bourgogne (de), Afonso rei de Portugal 3
Mère: Castille (de), Urraque raínha de Portugal
 
Famille:
Mariage: 1235
Conjoint:
Boulogne (de), Mahaut comtesse de Dammartin
 
Famille:
Mariage: 1254
Conjoint:
Castille (de), Béatrice raínha de Portugal Sexe: Féminin
Naissance : 1242
Décès : 1303
Parents:
Père: Castille (de), Alphonse empereur Romain-Germanique
Mère: Guzmán (de), Mayor Guillén
 
Enfant(s):
Bourgogne (de), Branca abbesse de Lorvano Sexe: Féminin
Naissance : 25 février 1259 à Guimaraes
Décès : 17 avril 1321 à Burgos
Bourgogne (de), Fernando Sexe: Masculin
Naissance : 1260
Décès : 1262
Bourgogne (de), Dinis rei de Portugal 6
Bourgogne (de), Alphonse senhor de Portalegre
Bourgogne (de), Vicente Sexe: Masculin
Naissance : 22 décembre 1268
Décès : 23 novembre 1271
 
Famille:
Mariage: à unmarried
Conjoint:
ben Bekar, Madragana Sexe: Féminin
Naissance : Faro
 
Enfant(s):
Bourgogne (de), Martim Afonso senhor de St Estêvão (Chaves)
Bourgogne (de), Urraca Afonso
 
Famille:
Mariage: à unmarried
Conjoint:
Enxara (de), Marina Peres Sexe: Féminin
 
Enfant(s):
Bourgogne (de), Afonso Diniz senhor de Vila Pouca (Torres Vedras)
D. Constança Mendes de Sousa
Descendente de Carlos Magno Descendente de Hugo Capeto Descendente de Fernando I de Leão e Castela
* c. 1245 + Santarém 1298
Pais
Pai: D. Mem Garcia de Sousa * c. 1200
Mãe: D. Teresa Anes de Lima * c. 1200
Casamentos
a. 1271
D. Pedro Anes de Portel * c. 1246

 
Filhos
Títulos, Morgados e Senhorios
Name João de Souza Pereira "Botafogo"83,114,115,116,117,118,119,42
Birth Date 1540
Birth Place Elvas, Portoalegre, Portugal
Death Date aft 23 Jun 1627 Age: 87
Death Memo do dicionario: testemunha em um processo no Rio em 1620 e, declara ter , , 80 anos., , Em 23/06/1627, declara ter 85 anos
Father Francisco de Sousa Pereira (~1510-)
Mother Ines de Brito de Carvalhais (~1520-)
Notes for João de Souza Pereira "Botafogo"
Deu nome ao bairro carioca! Não deve ser confundido com o capitão-mór de São Vicente João Pereira de Sousa falecido em 1606. (do dicionario). Teve 8 filhos com Maria da Luz.

Foi capitão-mor da capitania de São Vicente através de uma nomeação do governador D. Francisco de Sousa e, em 1596, levou uma bandeira ao sertão do rio Paraíba (confusão...?). Depoimentos diz que fez uma entrada no sertão entre 1593-4.
Teve pelo menos outras filhas: Maria de Sousa Coutinho e Maria de Sousa Brito
Pela sua bravura militar (ver "aventuras") foi tomado como genro pelo pai da esposa. Saiu de Portugal pelos problemas do pai e família.
Homenagem ao bairro, assim batizado por João Pereira de Sousa Botafogo, lugar-tenente do governador-geral Antônio Salema. Por ter sido ajudante de Salema, Pereira de Sousa ganhou duas semarias, a de Francisco Velho e a de Inhaúma. A primeira na bela enseada que hoje leva seu nome, adotado por seus ancestrais, pela fama do galeão São João Batista, mandado construir pelo rei Dom João II, em 1519. O galeão tinha poder de fogo de 200 peças de artilharia pesada e ganhou o apelido de Botafogo. Os feitos do galeão foram tantos que os nobres portugueses tiraram carta de brasão e armas com o título de Botafogo. (num site de futebol...)

http://www.unisal-lorena.br/folha.html
Em 1560, o governador geral Mem de Sá, tendo expulsado os Franceses da Baía de Guanabara, deteve-se na Capitania de São Vicente e "providenciou para que o provedor Brás Cubas e o mineiro Luís Martins fossem ao sertão a dentro a buscar minas de outro e prata". Os sertanistas percorrem trezentas léguas de sertão em busca de outro e prata. Partindo de São Paulo e passando por Mogy das Cruzes, desceram o rio Paraíba, guiados pelos índios até a paragem de Cachoeira, onde encontraram o caminho que atravessava do litoral para a serra acima e tomando por esse caminho subiram a serra de Jaguamimbaba (Mantiqueira ) , forma à barra do rio das Velhas e correram a margem do rio São Francisco até o Pará-Mirim, donde voltaram pelo mesmo caminho.
Navegando a favor da correnteza nas águas do rio Paraíba do Sul, os paulistas e outros sertanistas e aventureiros atingiam as terras de Guapacaré ( atual Lorena ) e transpondo o rio "antes dele encachoeirar-se ", atravessavam a garganta do Embaú, por onde se transpunha a serra da Mantiqueira e penetravam os sertões mineiros.
As expedições de João Pereira de Souza Botafogo (1596), de Martim Corrêa de Sá e Anthony Knivet (1597), de André de Leão e Wilhelm Glimmer ( 1601), Jerônimo da Veiga ( 1643), Sebastião Machado Fernandes Camacho (1645), de Fernão Dias Paes (1674), atravessaram o Vale do Paraíba, percorrendo o rio e as velhas trilhas, abrindo o chamado "caminho geral do sertão", que ligava a vila de São Paulo aos primeiros núcleos de povoamento nos sertões do Paraíba e daqui às minas dos Cataguás, de Taubaté e da Gerais.
Desde os primeiros anos do século XVII "foi esse caminho senhoreado e freqüentado pelos paulistas, tornando-se a linha de penetração mais importante do Brasil, senão na América do Sul" , até a abertura do "caminho novo de Garcia Rodrigues ", que ligou, diretamente, Rio de Janeiro às Minas Gerais.

Quem dirá o bairro do Botafogo recorda João Pereira de Souza Botafogo, aí morador desde 1590, donde também chamar-se "praia de João de Souza", como dantes era "praia de Francisco Velho", companheiro de Estácio de Sá que, da praia Vermelha ou de Martim Afonso, avançou pela praia da Saudade, costeando o Morro, depois chamado de Matias, do Pasmado, da Azinhaga, começo da avenida Pasteur de hoje, atravessando o rio de Berquó, nome do ouvidor Berquó ou da Banana Podre, onde está hoje o desgracioso e inútil Pavilhão Mourisco, desbravando então, daí, a pequena baía encerrada entre os morros do Pasmado e da Viúva?

http://www.jangadabrasil.com.br/agosto/al120800.htm
Um dos bairros mais antigos é Botafogo, que foi inicialmente habitado por franceses. Estes foram expulsos por Estácio de Sá, em 1565. Então, as terras foram adquiridas pelo morador que deu nome ao bairro: João de Souza Botafogo.

No âmbito da Região Administrativa de Botafogo estão localizadas duas importantes edificações: o Palácio Guanabara, sede do Governo Estadual (localizado em Laranjeiras); e o Palácio da Cidade, sede do Governo Municipal (situado em Botafogo).
http://www2.rio.rj.gov.br/governo/

"testemunha ouvida em 23/06/1627: João de Sousa Pereira, cidadão do Rio, natural de Lisboa, com aprox. 85 anos, filho de Francisco de Sousa Pereira e Ines de Brito de Carvalhais"